PFL propõe candidatura com aliança

A bancada estadual do PFL se reuniu para prosseguir as discussões sobre a candidatura do vereador Osmar Bertoldi à Prefeitura de Curitiba. O encontro serviu para reforçar a posição dos quatro deputados – Durval Amaral, Plauto Miró Guimarães, Nelson Justus e Élio Rusch – que aprovam o lançamento de candidatura própria, mas não desejam uma ruptura da aliança com o PSDB, que vigorou em eleições anteriores.

O objetivo dos quatro deputados é levar essa posição às direções regional e municipal do partido e ao próprio pré-candidato, em encontros que devem ocorrer depois do Carnaval: “É preciso deixar claro que nada temos contra o lançamento de uma candidatura própria do PFL”, explica o líder da oposição na Assembléia Legislativa, deputado Durval Amaral. “Pelo contrário. É salutar que tenhamos um postulante na disputa. Mas não concordamos que essa candidatura tente se firmar em cima de uma ruptura com o PSDB, que tem sido um aliado de longa data. Podemos fazer uma campanha limpa, civilizada, evitando agressões ou perseguições. Mas não é isso que se evidencia com demissão ou ameaça de demissão de auxiliares ligados ao vice-prefeito Beto Richa.”

Provável

Amaral lembrou que, na eventualidade de um segundo turno, é bem mais provável uma aproximação entre PFL e PSDB do que entre o PFL e o PT. O deputado também destaca que a aliança PFL/PSDB se estende a muitos outros municípios além de Curitiba: “Um confronto pode colocar em risco um trabalho que foi construído em todo o Estado, com prejuízos que ainda não foram avaliados”.

A preocupação de Amaral se justifica. Logo após o lançamento de Bertoldi, o deputado Ademar Traiano, líder do PSDB na Assembléia Legislativa, divulgou nota lamentando a atitude do PFL e propondo que os correligionários estudem a possibilidade de estender o rompimento para todos os municípios onde as duas legendas têm caminhado lado a lado na disputa eleitoral.

Mais prudente, o presidente da Assembléia Legislativa e primeiro vice-presidente do PSDB, deputado Hermas Brandão, prefere analisar com mais frieza o episódio: “Já que temos o recurso do segundo turno, acho perfeitamente natural que todas as agremiações apresentem candidatos próprios na primeira etapa das votações. Alianças devem ser estudadas mais tarde, para o segundo turno. Aí, a história é outra”.

Jantar gerou reações na bancada

A bancada estadual do PFL marcou seu descontentamento não comparecendo ao jantar patrocinado pelas direções estadual e municipal do partido na última segunda-feira (dia 16), quando foi lançada oficialmente a pré-candidatura de Osmar Bertoldi. Na ocasião, o prefeito Cassio Taniguchi declarou integral apoio ao vereador. Isso menos de uma semana depois de ter feito alterações em sua equipe, substituindo Deonilson Roldo por Sérgio Reis na Secretaria de Comunicação Social e Yara Eisenbach por Sérgio Tocchio no comando da Urbs.

As mudanças ocorreram após as divergências entre Cassio e Beto Richa em torno do aumento da tarifa de transporte coletivo. Richa, que assumiu a Prefeitura durante viagem de Cassio à Europa, suspendeu o reajuste definido pelo titular. A situação permanece indefinida até agora, mas o imbróglio deu origem a especulações sobre mudanças no secretariado envolvendo pessoas ligadas ao vice-prefeito. Nem todas se concretizaram, mas o episódio serviu para acentuar as diferenças entre o prefeito e seu vice, embora ambos neguem qualquer ruptura.

Nas pesquisas de intenção de voto realizadas em Curitiba até agora, o tucano Richa aparece em segundo lugar, com 20%, enquanto Bertoldi é uma incógnita, pois seu nome sequer vinha sendo incluído nas sondagens. Esse fato também pesa na posição da bancada estadual, que deseja uma reflexão maior sobre o potencial eleitoral dos postulantes.

Voltar ao topo