Renovação

Pessuti reconduz Bertholdo à Copel

Tomou posse ontem, como diretor financeiro da nova gestão do Conselho Administrativo da Fundação Copel, o ex-presidente do fundo, Edilson Bertholdo, em mais uma alteração feita no governo Orlando Pessuti (PMDB) que deve desagradar seu antecessor, Roberto Requião (PMDB).

Na renovação natural do conselho da Fundação, a nova diretoria da Copel acatou o pedido dos funcionários e reconduziu Bertholdo ao Conselho da fundação. O ex-presidente havia se afastado do conselho após pressão da antiga direção da Copel por conta do episódio da compra das ações do Terminal Ponta do Félix, em Antonina.

Após a venda de ações que a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) detinha do Terminal a um grupo privado, a Equiplan, e as manifestações contrárias ao negócio, o governador Roberto Requião acusou a Fundação Copel de não ter cumprido ordem de comprar as ações da Previ antes do negócio com o grupo privado.

Bertholdo ainda foi acusado de fazer lobby em favor de uma outra empresa interessada nas ações. As denúncias do governador, derrubaram o então presidente da fundação, em novembro do ano passado.

Em depoimento à Comissão de Fiscalização da Assembleia, no dia 18 de novembro, Bertholdo apresentou documentos que, segundo ele, mostravam que as ações foram vendidas à Equiplan por interesse da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina que, na época da venda, era comandada por Eduardo Requião.

Ontem, na renovação bienal do Conselho da Fundação Copel, Bertholdo assumiu o cargo indicado pelo novo presidente da Copel, Ronald Thadeu Ravedutti. Apesar de não ser uma indicação direta de Pessuti, certamente a nomeação passou pelo crivo do governador.

“É motivador saber que o pessoal confia em mim. É um desafio diferente do anterior. O que aconteceu é passado, foram circunstâncias que esperamos que não ocorram mais”, disse Bertholdo após assumir. “Pedi afastamento temporário no ano passado, para facilitar a apuração se eu tinha algum envolvimento. Mesmo não tendo apontado nenhuma responsabilidade para mim, o Conselho Deliberativo decidiu me afastar definitivamente”.

Resistente em comentar o caso Ponta do Félix, Bertholdo disse, apenas que “nunca imaginei que um governador fosse se preocupar com algo tão secundário. Preocupou-se porque tinha motivos. Uma pena, pois atingiu a comunidade de Antonina, que não tinha nada a ver com a Fundação Copel”, disse.

“Na documentação que apresentei à Assembleia, fica claro o grau de interferência da Appa no processo”, acrescentou. Bertholdo lembra que foi o único que prestou depoimento na Assembleia. “Que eu saiba, o Presidentes da Copel e o Superintendente da APPA também foram convocados. Por que não compareceram? Por que o Governador nunca os citou?”, questionou.