Transição

Paraná ganha força com vitória de Dilma Rousseff

Mesmo derrotada no Paraná, onde perdeu por 55% a 44%, a eleição de Dilma Rousseff (PT) para a presidência da República fortalece alguns nomes da política estadual na cenário nacional.

O empenho dos partidos da base de apoio à Dilma, que passaram por cima de candidaturas já colocadas e divergências pessoais para montar um palanque único e forte para a então candidata no Estado, abrindo mão, inclusive, da possibilidade de levar a eleição estadual para o segundo turno, um dos fatores que levaram à derrota para Beto Richa (PSDB) já foram publicamente reconhecidos por Dilma e pelo presidente Lula e podem ser recompensados em forma de cargos no governo federal.

Coincidentemente, todos os protagonistas dessa difícil articulação, responsável pela petista não ter perdido por uma diferença ainda maior no Estado, acompanharam a apuração em Brasília, ao lado da presidente eleita.

Agência Brasil
Bernardo: cotado para continuar.

Estavam na capital federal o senador Osmar Dias (PDT), candidato derrotado ao governo, o governador Orlando Pessuti (PMDB) e o ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT), acompanhado de sua mulher, senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT).

Sem mandatos para 2011, Osmar, Pessuti e Bernardo são cotados para ocupar ministérios no governo Dilma. “Agora não é hora de falar disso, é hora de comemorar. Depois ela (Dilma) ainda tem que descansar porque a campanha foi muito dura para só então falarmos sobre isso. Mas é claro que o Paraná será prestigiado na montagem da equipe de governo”, comentou Gleisi, que comemorou os 44% alcançados por Dilma no Paraná.

“O Paraná é muito complicado para nós. Muitos dos ataques sofridos pela presidenta começaram no Paraná. Mas esses números são positivos, já que nossos adversários prometiam diferença de mais de um milhão de votos”, disse.

Allan Costa Pinto
Pessuti: “A Dilma está satisfeita”.

Coordenador da campanha de Dilma no Paraná no segundo turno, o governador Orlando Pessuti também comemorou a “pequena” desvantagem no Estado, dizendo que conseguiu segurar a onda dos adversários que queriam 1,5 milhão de votos de diferença.

“A Dilma está satisfeita com nosso esforço e o Paraná será reconhecido pela luta de seus companheiros”, disse. “O Paraná tem três ministros no governo Lula e, com certeza, terá assegurada sua representatividade. Temos vários nomes a oferecer e ela tem liberdade para escolher. Vamos aguardar”.

Na semana passada, Osmar Dias havia comentado a possibilidade de ser indicado para um ministério. Disse que nunca foi convidado, que está pronto para voltar a ser agricultor em tempo integral, mas adiantou que se for chamado para dar sua contribuição “principalmente na minha área”, estará à disposição.

Para acomodar os aliados desta campanha eleitoral, alguns paranaenses integrantes do atual governo podem perder espaço. Gilberto Carvalho, secretário chefe de Gabinete, e Marcia Lopes, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, estão entre eles.

Mas o grande enigma é saber como ficará a situação do atual diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek. O cargo de Samek é um dos cogitados para Osmar.