Corrupção!

Provas de corrupção envolvendo Ademar Traiano voltam a ficar sob sigilo

O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD). Foto: Arquivo/Gazeta do Povo / Albari Rosa

As provas de corrupção presentes no acordo de não persecução penal formalizado entre o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSD), o ex-deputado estadual Plauto Miró e o Ministério Público do Paraná (MPPR) voltaram a ficar sob sigilo. A decisão de segunda instância, do desembargador Luiz Mateus de Lima, atende a um pedido das defesas de Traiano e Miró. Ambos confessaram ter recebido propina durante o processo de renovação do contrato da empresa responsável pelas transmissões da TV Assembleia.

A alegação aceita pelo desembargador foi de que os arquivos que haviam sido tornados públicos por uma decisão de primeira instância contêm “áudios, vídeos, depoimentos, declarações e outros documentos” ligados ao caso, mas envolvendo outras pessoas além de Miró e Traiano. Como essas outras pessoas estão relacionadas nos autos da ação que ainda tramita sob sigilo na 3ª Vara Criminal de Curitiba, o entendimento do desembargador foi de voltar o sigilo também para as provas da confissão de corrupção.

+Leia mais! Antes alvo, Renato Freitas vira “flecha” e pede cassação de Ademar Traiano

Com a decisão, o desembargador anulou o levantamento do sigilo dos autos do acordo de não persecução penal. Estão de fora da decisão, e por isso permanecem públicos, os termos do acordo e a correspondente decisão homologatória. As provas documentais, de áudio e vídeo, seguirão sob sigilo até uma nova deliberação. Com a confissão, tanto Traiano como Miró deixaram de ser processados pelo recebimento da propina. Segundo as investigações, Traiano escreveu num pedaço de papel o valor de R$ 300 mil.

Justiça autorizou fim do sigilo em janeiro

No último dia 17 de janeiro, o MPPR informou que a Justiça havia autorizado o levantamento do sigilo do processo de corrupção passiva envolvendo o deputado Ademar Traiano, que confessou a negociação e recebimento de propina. De acordo com a nota do MPPR, os procedimentos investigatórios, não por opção do Ministério Público, estavam sob sigilo durante a tramitação por “determinação legal e ordem judicial” por causa de informações obtidas em acordos de colaboração premiada e acordos de leniência, além do acesso aos dados da quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados.

Mesmo com a autorização pelo fim do sigilo, o conteúdo do acordo seguiu sob a classificação “sigilo absoluto”, o que significa acesso restrito apenas ao magistrado responsável pelo caso ou pessoas autorizadas por ele. Nos bastidores, a informação que havia no fim de janeiro é de que o desembargador autorizado a levantar o sigilo do processo estaria de férias e retornaria na semana do dia 5 de fevereiro, que coincide com o fim do recesso parlamentar e volta das sessões na Alep.

Segundo o MP-PR, a investigação concluiu que houve o crime de corrupção passiva, “constatada a existência de indícios de autoria e prova de materialidade” em relação aos deputados estaduais. Já a apuração do crime de lavagem de dinheiro foi arquivada por falta de provas.

O MPPR defende o acordo firmado com os deputados como uma “imediata resposta penal”, com o pagamento de 155 salários-mínimos ou R$ 187.860.00 para cada um dos investigados, montante revertido para entidades sociais. A homologação do acordo ocorreu no dia 31 de outubro no TJ-PR.

+Leia mais! Esposa de Ademar Traiano pede exoneração de cargos no governo Ratinho Junior

Além disso, o MPPR revelou que também foi firmado um Acordo de Não Persecução Cível (ANPC) com a “perda dos valores ilicitamente acrescidos ao patrimônio de cada um dos investigados”, em favor do Estado do Paraná, no valor de R$ 147 mil e multa de R$ 36.750,48, destinada ao Fundo Estadual de Direitos Difusos. O acordo foi homologado pela 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba no dia 11 de dezembro.

Traiano segue exercendo as funções de presidente da Alep

O deputado Ademar Traiano segue exercendo suas funções de presidente da Alep. A sessão solene desta segunda-feira (5), na qual foi instalado o início das sessões ordinárias da casa foi presidida por ele, que não comentou sobre a decisão judicial.

Após a sessão, o deputado Fábio Oliveira (Podemos) voltou a pedir a renúncia de Traiano. “É um mau recado que está sendo dado à sociedade paranaense”, disse ele em entrevista coletiva. “É um recado de que ‘nada aconteceu enquanto o sigilo não for levantado. E que enquanto o sigilo não for levantado eu continuo aqui sentado como presidente da casa’”, afirmou.

Em nota, a assessoria de Traiano voltou a dizer que o presidente da Alep não responde a nenhuma acusação em nenhuma ação judicial vinculada aos acordos. A defesa de Plauto Miró não foi localizada pela reportagem. Também em nota, o MPPR afirmou que sua atuação é marcada pela impessoalidade e que trabalha para proteger os direitos fundamentais para que acusações formuladas ao Poder Judiciário sejam embasadas em provas robustas e válidas.

Manda pra Tribuna!

Você conhece pessoas que fazem coisas incríveis, viu alguma irregularidade na sua região? Quer mandar uma foto, vídeo ou fazer uma denúncia? Entre em contato com a gente pelo WhatsApp dos Caçadores de Notícias, pelo número (41) 9 9683-9504. Ah, quando falar com a gente, conte sobre essa matéria aqui! 😉

Você já viu essas?

Denúncia de crime ambiental para derrubada de centenas de árvores em Curitiba
Denuncie!

Denúncia de crime ambiental para derrubada de centenas de árvores em Curitiba

Bar raiz em Curitiba “captura” clientes por horas; Comida boa, cerveja gelada e proteção do Papa
Clássico!!

Bar raiz em Curitiba “captura” clientes por horas; Comida boa, cerveja gelada e proteção do Papa

“Uber” para caminhoneiros, empresa de Curitiba fatura milhões
Inteligência

“Uber” para caminhoneiros, empresa de Curitiba fatura milhões

Whatsapp da Tribuna do Paraná
RECEBA NOTÍCIAS NO SEU WHATSAPP!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.