Nanicos são suspeitos de ser laranjas na campanha

Acusados nos bastidores de ?laranja? ou ?linha auxiliar? das siglas maiores, os candidatos ao governo dos partidos menores e que só aparecem em temporada de campanhas dão o que falar após os debates eleitorais. Desta vez, não foi diferente. Atacado sistematicamente pelo candidato do PSL, Antonio Roberto Forte, no debate de anteontem à noite na TV Bandeirantes, o senador Osmar Dias (PDT) o acusou no ar de estar a serviço de algum adversário. Já a coordenação de campanha do candidato Rubens Bueno (PPS) voltou suas suspeitas contra Melo Viana (PV), que distribuiu perguntas desconcertantes para todos os candidatos, à exceção do governador Roberto Requião (PMDB).

O senador Flávio Arns (PT) também foi alvo de Viana, que questionou o financiamento da campanha do petista. O presidente estadual do PT, André Vargas, não deixou por menos e defendeu ontem uma atenção maior do Tribunal Regional Eleitoral aos candidatos ?nanicos?. Ele disse que Viana atuou em defesa de Requião e citou que Forte já é assessor de Geraldo Cartário, deputado estadual e candidato à reeleição pelo PMDB. ?Ficou claro que tem sublegenda atuando nesta campanha?, afirmou.

A assessoria de Bueno distribuiu ontem cópia do decreto de nomeação de Melo Viana para um cargo de assessor da governadoria em maio de 2003. A campanha de Bueno se referiu a Viana como ?laranja limão?.

Osmar afirmou que não vai se preocupar em identificar a origem da implicância de Forte, mas que não tem muitas dúvidas de que o candidato do PSL estava representando um papel no debate. ?Não quero préjulgar ninguém, mas eu nunca vi esse Antonio Forte na minha vida e ele não parou de me atacar e de defender o governo atual. Eu não entendo como é que uma pessoa dessas quer ser candidata ao governo se acha que o atual está tão bom?, provocou.

Mesmo ausente no debate, o candidato do PRP, Jorge Martins, não escapou das suspeitas de atuar como linha auxiliar. Ele usa a maior parte do seu tempo no horário da propaganda gratuita para contestar as ações do governo Requião. A coordenação de campanha do governador desconfia das intenções de Martins, justamente porque ele ocupava um cargo em comissão na prefeitura de Curitiba, até junho deste ano.

Estratégia

Melo Viana disse que não está fazendo o jogo de ninguém na disputa. E que o fato de não ter questionado Requião faz parte da sua estratégia de campanha. ?Eu dirijo minhas perguntas para aqueles com quem eu posso disputar o voto. O tipo de voto que eu posso captar hoje é o do Rubens Bueno, do Flávio Arns e do Osmar Dias. O eleitor do Requião está consolidado. Quem está com o Requião não vai mudar?, afirmou.

O candidato do PSL afirmou que está na disputa para valer e que o senador Osmar Dias o chamou de ?ventríloquo? porque não conseguiu responder à sua pergunta. ?Eu questionei o vice dele, que tem uma ficha corrida, e ele não esclareceu nada. Qualquer eleitor faria a pergunta que eu fiz?, reagiu.

Jorge Martins disse que a campanha é um processo democrático e que não vai abrir mão de seu papel questionador. E acrescentou que o atual governador é o destinatário de suas críticas porque está no exercício do cargo. ?Quem está na vitrine é ele e não eu. E vou continuar questionando. Eles que achem o que quiserem?, afirmou.

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