Governadores do PMDB condicionam apoio

Reunidos ontem em Florianópolis com o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, os governadores Roberto Requião (PR), Luiz Henrique (SC), André Puccinelli (MS) e Germano Rigotto (RS) se declararam favoráveis ao apoio do partido ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em nota distribuída após uma reunião realizada no Costão do Santinho, os governadores afirmaram que o suporte do PMDB ao governo Lula deve estar condicionado à retomada do desenvolvimento nacional e a um novo pacto federativo que permita aos estados e municípios a geração de emprego, elevação da renda e inclusão social.  

Os governadores defenderam ainda a realização das reformas políticas e tributária no próximo ano. ?Entendemos que o partido tenha como um todo um relacionamento com o governo participando dentro destes parâmetros em sua base de sustentação no Congresso Nacional?, diz a nota.  

Além do anfitrião do encontro e de Requião, a reunião ficou reduzida à participação do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, que não foi reeleito, e do governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. Os demais foram convencidos pelo grupo adversário a Temer no PMDB, liderado pelos senadores José Sarney e Renan Calheiros, a boicotar a reunião de Florianópolis.

Calheiros teria argumentado que, em plena negociação do PMDB com Lula, não seria de bom tom fazer a primeira conversa entre os governadores do partido no estado, onde Luiz Henrique faz oposição ao presidente da República. O governador catarinense apoiou o candidato do PSDB à presidência da República Geraldo Alckmin. O governador catarinense reagiu, dizendo que estava apenas propondo a articulação do grupo de governadores para as questões partidárias e de governo e que o encontro não tinha nenhum viés anti-Lula.

Governadores que defendem abertamente o apoio a Lula, como Sérgio Cabral, governador eleito do Rio de Janeiro; Eduardo Braga, do Amazonas; Paulo Hartung, do Espírito Santo e Marcelo Miranda, do Tocantins, avisaram de manhã que não iriam ao encontro. O governador de Santa Catarina ainda tentou levá-los para a conversa, adiando a abertura da reunião para o início da noite. Não funcionou.

Requião comentou a posição dos governadores ausentes. Disse que não existe território neutro para discutir o assunto. ?A não ser que se pegue um navio e vá para alto-mar?, ironizou Requião, citando que, independente do lugar, todos terão que explicitar suas posições. O governador afirmou que sua opinião é conhecida e que ele não tem problemas em manifestar, seja no Paraná ou em Santa Catarina.

O governador do Paraná, que já esteve afastado de Lula durante o último ano, acha que a conversa entre PMDB e o presidente deve incluir alguns compromissos do governo. Um dos pontos citados ontem por Requião foi a reforma fiscal. 

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