Fruet cotado para sucessão estadual

Depois de duas tentativas frustradas de ser candidato a prefeito de Curitiba pelo PMDB, o deputado federal Gustavo Fruet está agora sendo cogitado para uma candidatura ao governo do Estado no próximo ano pelo PSDB, onde se filiou em 2004. O plano alternativo do PSDB, que começa a admitir as dificuldades de concretizar o acordo com o PDT, está tomando forma com a busca de nomes que possam concorrer à sucessão estadual de 2006. Na lista, estão Gustavo, o senador Alvaro Dias e o prefeito de Curitiba, Beto Richa.

Projetado nacionalmente pela CPMI dos Correios, Gustavo vem sendo considerado uma opção à medida em que a costura do acordo com o PDT do senador Osmar Dias enfrenta alguns obstáculos, como a indefinição sobre a manutenção ou não da verticalização das coligações partidárias, e ainda o sinal emitido pelos pedetistas de que vão disputar a sucessão presidencial.

O nome mais visado para o governo é do senador Alvaro Dias, mas se ele decidir tentar mais um mandato no Senado e vencer a queda-de-braço com o vice-presidente estadual do partido, Hermas Brandão, Gustavo ascende para a primeira opção tucana ao governo. Isto porque, entre os tucanos, embora já tenha sido candidato em 2002, é tido como improvável que o prefeito de Curitiba exerça esse papel menos de dois anos depois de ter sido eleito para a Prefeitura da capital.

Gustavo disse que seu projeto é ser candidato à reeleição e que não vai "alimentar" uma candidatura ao governo. "Uma candidatura majoritária não se constrói de um dia para outro. É uma situação diferente de quando eu queria disputar a Prefeitura, quando já tínhamos esse projeto. Lá, eu queria e disputei a indicação", afirmou o deputado tucano, referindo-se à convenção pe-emedebista que disputou com o atual secretário estadual da Educação, Maurício Requião, para a eleição a prefeito em 2000.

O indicado pelo PSDB ao governo, independente do nome, será potencialmente fortalecido pela sucessão presidencial, avalia Gustavo. "Está certo que as pesquisas mudam, mas considerando o cenário nacional, o PSDB passa a ter uma candidatura competitiva no Estado", comentou. Mas ressalvou que não cria expectativa pessoal. Nem mesmo diante da perspectiva de ter um palanque impulsionado pela força da candidatura presidencial. "Não se viabiliza uma candidatura majoritária por exclusão", resume o deputado federal tucano.

Variáveis

Para o deputado federal tucano, o cenário da sucessão estadual do PSDB ainda vai oscilar até março de 2006. Além do que chamou de "fator Osmar", "a situação nacional também vai ditar os movimentos do partido no Estado", acredita. Mas se há uma direção em que Gustavo não apostaria para o PSDB seria a do palanque do PMDB do Paraná, apontada e até encorajada por algumas lideranças do partido, como Brandão.

Para Gustavo, uma aliança entre PMDB e PSDB para a disputa presidencial não tem muitas chances de virar realidade. E por extensão, não teria como fluir no Paraná. "O cenário mais provável hoje para o PMDB é o apoio a Lula ou uma candidatura própria", afirmou.

E ainda que a aliança se fizesse pela via nacional, Gustavo acha difícil que houvesse as condições para reproduzi-la no Estado. "É difícil imaginar o Requião apoiando um candidato do PSDB. Seria uma negação de toda a crítica que ele fez durante toda a vida", definiu.

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