Ex-diretores da AL no banco dos réus

Os ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná, José Ary Nassif e Cláudio Marques da Silva, voltam ao banco dos réus hoje, para responder a outro processo sobre contratação de funcionários fantasmas pelo legislativo paranaense.

Ausente do primeiro julgamento, na semana passada, o ex-diretor-geral, Abib Miguel, é aguardado hoje pela juíza da 9.ª Vara Criminal de Curitiba, Ângela Ramina, que desmembrou o primeiro processo por conta do atestado médico de Bibinho, que passou por uma cirurgia de hérnia umbilical três dias antes da audiência inicial.

Porém, o advogado de Bibinho, Eurolino Reis, adiantou que seu cliente está seguindo recomendação médica de repouso de 30 dias e não deve comparecer à audiência.

“Atestado recomendando repouso de 30 dias é para que a pessoa não trabalhe nem faça esforço neste período. Mas acredito que isso não a impeça de vir até aqui assistir, sentada, à audiência”, disse a juíza na semana passada, ao ser informada da recomendação médica para Bibinho. “Ela não é formada em medicina. A autoridade para dizer se o Abib Miguel pode se deslocar, subir escada, sentar em qualquer tipo de cadeira, é o médico. Ele está com 20 pontos externos e mais os externos, tem mais de 70 anos de idade, não pode ser colocado em risco. Está de atestado até o dia 04 de dezembro e não vai comparecer amanhã (hoje)”, disse Eurolino Reis, que protocolou, na tarde de ontem, o pedido para o adiamento da audiência.

Como sem a presença do réu as audiências podem ser invalidadas, a tendência é que, a exemplo da semana passada, a juíza desmembre o processo, a exemplo do que fez na semana passada.

A audiência de hoje visa apurar os pagamentos feitos pela Assembleia Legislativa a parentes do funcionário Daor Afonso Marins de Oliveira, que, segundo denúncia do Ministério Público, nunca trabalharam na Casa, tendo desviado R$ 13,2 milhões.

O caso é bastante semelhante ao do julgamento iniciado na semana passada, e ainda não concluído, envolvendo a contratação, por atos secretos, de parentes do ex-servidor João Leal de Matos.

“São os mesmos fatos ocorridos em datas diferentes. A expectativa é a mesma, a estratégia, também. Se nenhuma testemunha citar meu cliente, deveremos, novamente, dispensa as testemunhas de defesa”, disse Eurolino Reis, que também defende Nassif no caso.

O banco HSBC demitiu na semana passada nove funcionários suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Assembleia. O HSBC é um dos bancos onde são depositados os salários dos servidores da Assembleia. Em nota, o banco informou a demissão de quatro gerentes, três caixas e dois supervisores aos a comprovação do envolvimento em irregularidades.