?Estou cassado até 2015, em 2016 não tenho pretensão de disputar as eleições municipais, mas em 2018 voltarei, ou como deputado federal ou como senador da República.?
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson disse ontem, na convenção estadual do partido, em Curitiba, que pretende voltar ao Congresso Nacional assim que recuperar seus direitos políticos.
Jefferson teve seu mandato de deputado federal cassado em 2006 por envolvimento no escândalo do mensalão. Foi ele quem denunciou que partidos estavam recebendo dinheiro do PT para votar com o governo no Congresso.
?Na época, tentaram me seduzir, com acordos para que eu renunciasse antes de ser cassado, mas não me ajoelhei a eles, pois mandato se recupera e a honra, jamais?, declarou o ex-deputado.
O presidente nacional do PTB avaliou o governo Lula como ?recordista de popularidade e de escândalos?, disse reconhecer que o País vai bem na economia e na política social, mas que o governo Lula merecia um lugar no Guinness Book, como campeão de irregularidades.
?Desde marechal Deodoro nenhum presidente teve cinco ministros denunciados por corrupção. O presidente do partido e o presidente da Câmara, também do PT foram afastados por corrupção. É um governo moralmente muito frágil?, declarou.
O ex-deputado afirmou que o caso dos cartões corporativos e do vazamento do suposto dossiê comprovam essa fragilidade e classificou com ?justíssimo? o indiciamento do ex-secretário de controle interno da Casa Civil, José Aparecido Pires Nunes.
?Conheço ele há muito tempo. Ele sempre foi a principal arma do PT para destruir a honra dos adversários. É responsável por vários outros dossiês?, declarou.
Roberto Jefferson disse estar satisfeito com o modo como o Supremo Tribunal Federal está conduzindo os julgamentos dos ?mensaleiros? e confia na condenação dos culpados. ?O processo é austero, feito democraticamente e sem pressa. No fim, a sociedade será brindada na sua expectativa de justiça?, comentou.
Sobre o Congresso Nacional, Jefferson disse estar sentindo ausência de oposição na Câmara dos Deputados. ?Não é possível que 500 deputados sejam governo. Todo esse governismo é burro, ou é suspeito. É preciso equilíbrio no jogo, para deixar que a democracia mande?, afirmou, sinalizando que falta um Roberto Jefferson no Congresso, para escancarar as irregularidades.
Canziani vence por 132 a 114 votos
Por uma diferença de 18 votos o PTB do Paraná manteve o deputado federal Alex Canziani na presidência estadual do partido. Na convenção realizada ontem, em Curitiba, ele venceu a disputa com o vice-presidente nacional da legenda, Flávio Martinez, por 132 a 114 votos. Presidente da comissão provisória do partido, Canziani, agora, comandará o diretório definitivo.
A pequena diferença reflete a intensa disputa entre os grupos comandados pelas duas lideranças, iniciada na semana passada com troca de farpas entre os dois candidatos. E os votos dos delegados do interior do Estado fizeram a diferença em favor do deputado federal londrinense.
?É lamentável que a disputa tenha sido levada para esse lado, com provocações fora do contexto?, disse Flávio Martinez, a respeito de declarações de membros da chapa de Canziani de que o empresário queria a presidência do partido para usá-lo em favor de sua emissora de televisão. Martinez defendia mudança ?para oxigenar o partido, que já 10 deputados entre estaduais e federais e hoje tem apenas três?.
Ontem, a disputa verbal foi deixada de lado e os dois candidatos adotaram o discurso de exaltação da convenção e elogios ao adversário. ?Quem ganha é o PTB, com um processo salutar, que não tínhamos há quatro anos. A urna decidiu assim e eu desejo sucesso ao Alex?, disse Martinez, após a votação.
?O partido está de parabéns. Reunimos delegados de todo o estado. É assim, com essa mobilização que o partido tem que seguir para termos sucesso nestas eleições e, um dia, disputar o governo do Estado?, reforçou Canziani, que é pré-candidato a prefeito de Londrina. (RP)