Deputados negam mensalinho na Assembléia

Os deputados do PL, Pastor Edson Praczyk, e do PDT, Renato Gaúcho, admitiram ontem em depoimento à Comissão de Ética da Assembléia Legislativa que fizeram sugestões de formas de divulgação das ações de governo ao secretário da Comunicação Social, Airton Pisseti, mas que em nenhum momento negociaram pagamento para fazer propaganda do governo em seus programas de rádio. Os dois deputados foram os primeiros a serem ouvidos pela Comissão de Ética, que está investigando se procedem as acusações do governador Roberto Requião (PMDB) contra Praczyk, que teria exigido R$ 45 mil mensais em verba de publicidade oficial para votar a favor de projetos de interesse do governo.

No depoimento à Comissão, que foi aberto ao público, Gaúcho e Praczyk atribuem ao secretário a iniciativa de propor anúncios oficiais nas emissoras de rádio em que apresentam programas como forma de "prestigiar" o apoio dado ao governo na Assembléia Legislativa. "Acho que ele achou que nós fôssemos proprietários de rádio, já que existe um grupo de deputados que são donos de emissoras", afirmou Praczyk.

Na próxima segunda-feira, dia 27, prestam depoimento à Comissão os deputados Mauro Moraes (PL) e Chico Noroeste (PL), que também participaram da reunião com Pisseti. Na terça-feira, será a vez do ex-líder do governo, Natálio Stica (PT) e do atual, Dobrandino da Silva (PMDB). E na quarta-feira, dia 29, a Comissão espera ouvir a versão do secretário da Comunicação. O secretário declarou ontem que comparecerá.

Segundo Praczyk, foi Gaúcho quem recomentou a Pisseti que o governo investisse em mídia testemunhal, uma modalidade de propaganda em que cidadãos comuns falam sobre os benefícios das ações de governo. O deputado do PL afirmou que somente ontem lembrou-se deste trecho da conversa. Ele acha que a intervenção de Gaúcho não caracteriza uma proposta de negociação de espaço, já que não são donos de emissoras de rádio. "O Renato Gaúcho disse que ao invés de investir em mídia técnica e institucional, o governo poderia fazer mídia testemunhal que nós, como comunicadores, sabemos que é mais eficiente. Mas nós não ganhamos nada com isso porque não somos proprietários de emissoras de rádios", disse Praczyk. 

Voltar ao topo