Deputado Leite recua de pedido de CPI do Porto

A CPI do Porto foi o grande tema dos debates de ontem na Assembléia Legislativa. O deputado Valdir Leite (PPS) que prometera protocolar ontem o requerimento de sua criação, decidiu voltar atrás e esperar o resultado do trabalho da Comissão de Fiscalização e Controle – que só deve ficar pronto no dia 10 de abril. A oposição, que assinou em peso o seu requerimento, não gostou e cobrou do parlamentar uma explicação.

Leite disse que tinha participado, na véspera, da reunião do superintendente da Associação dos Portos de Paranaguá e Antonina – Appa -Eduardo Requião, com a bancada de apoio para esclarecer as denúncias de irregularidades e várias outras dúvidas levantadas em relação ao funcionamento do Porto. Diante disso, e após conversa com a liderança do governo, aceitou o argumento de que não há, por enquanto, comprovação de alguma irregularidade consistente o bastante para justificar a criação da CPI.

Ao contrário do que havia dito na véspera, o deputado do PPS considerou que a Comissão de Fiscalização e Controle tem autonomia suficiente para apurar as denúncias. Agora, além das cobranças da oposição, Leite vai enfrentar questionamentos dentro do próprio partido, que deseja saber porque, mesmo tendo número de assinaturas suficiente para pedir a criação da comissão, decidiu recuar.

Protesto

O primeiro a anunciar o recuo de Leite foi o 1.º vice-presidente da Mesa Executiva, deputado Natálio Stica. Em conversa com os jornalistas, ele disse que a reunião com o superintendente do Porto havia “esclarecido muita coisa” e que o colega havia concordado em suspender a apresentação do requerimento, enquanto aguardava as conclusões da Comissão de Fiscalização e Controle e documentação prometida por Eduardo Requião sobre convênios e outros contratos questionados pelo pepessista.

O líder da oposição, deputado Durval Amaral (PFL), usou a tribuna para indagar da Mesa se o requerimento havia sido protocolado ou não. Diante da informação negativa, dirigiu-se ao próprio Valdir Leite. A resposta de Leite, de que “ficou definido com a bancada do governo que vamos esperar argumentos mais fortes para apresentar o pedido de criação da CPI”, irritou Amaral: “Sabemos que existe um número de assinaturas superior ao necessário. Os prejuízos administrativos, financeiros e políticos gerados pela atual administração do Porto estão mais do que evidentes. Temos convicção absoluta das irregularidades. Então por que aguardar?” Amaral apontou pressão do governo no recuo do parlamentar. Os deputados Marcos Isfer (PPS) e Antonio Anibelli (PMDB) negaram qualquer interferência do Palácio Iguaçu na questão.

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