Sucessão

Declaração de Fruet sobre 2010 irrita pedetistas

A cada nova declaração tucana encorajando a candidatura ao governo do prefeito reeleito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), na sucessão estadual de 2010, o PDT se sobressalta.

Ontem, foi a vez do líder do PDT na Assembléia Legislativa, deputado estadual Luiz Carlos Martins, responder a declarações do deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), que em entrevistas recentes, apontou a inevitabilidade da candidatura de Beto ao governo.

“O Osmar não gostou. O PDT não gostou. A aliança foi de brincadeira ou faz de conta? Existe uma aliança em andamento. Não dá para fazer política desse jeito….”, reagiu Martins.

Para os pedetistas, a posição manifestada por Gustavo é uma clara afronta a um acordo que garantiria o apoio do PSDB à candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Estado.

“Não é o momento para este tipo de colocação. Nenhum partido sobrevive sozinho. Parece que o Gustavo Fruet falou para ele mesmo”, protestou Martins. Segundo o deputado pedetista, declarações como a de Gustavo significam “colocar lenha na fogueira das vaidades”.

Nani Goes/AL
Rossoni: bota sandália, gente!

Em 2006, o PSDB se dividiu e apenas uma ala apoiou a candidatura de Osmar ao governo, depois de o senador ter subido ao palanque de Beto à prefeitura, em 2004. Osmar apoiou, novamente, Beto este ano, acreditando que terá o PSDB em seu palanque em 2010.

Mas o desempenho de Beto na disputa à reeleição ele fez 77,2% dos votos tem levado várias alas do PSDB a alimentarem o projeto de candidatura própria do PSDB ao governo.

Tudo igual

Mais uma vez, o presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, teve que atuar como conciliador. “O Beto tem dito para nós que 2010 é para ser discutido com os aliados. Nós somos gratos às alianças de Curitiba. 2010 é visto como 2008. Junto com os aliados”, disse. Rossoni repetiu o mesmo conselho que tem dado desde a proclamação do resultado da eleição em Curitiba. “Temos que calçar as sandálias da humildade”.

Agência Câmara
Fruet: candidatura inevitável!

Antes de debater nomes, os partidos que integraram a aliança de Beto em Curitiba deveriam começar a elaborar um projeto de governo alternativo para o estado, defendeu o dirigente tucano.

“Não é só nomes. Além disso, nosso projeto envolve todos os partidos e até mesmo o PP, que não participou desta vez, mas sinto que estará conosco”, disse. Este ano, o PP apoiou Beto em Curitiba, mas não entrou no pacto feito entre PSDB, DEM, PDT e PSB de orientarem suas alianças para derrotar o PT e o PMDB nas eleições municipais.

Rossoni, que acaba de voltar de um roteiro com Beto, que foi participar de atividades de campanhas do segundo turno dos aliados em São Paulo e Rio de Janeiro, disse que o prefeito de Curitiba se transformou em uma referência nacional.

Mas que a direção nacional do PSDB quer que se repita, em 2010, no Paraná, as vitórias que já obteve nas eleições presidenciais de 2002 e 2006. “E nas duas vezes essa vitória aconteceu com os aliados”, lembrou.

“Freire tem razão. Mas o problema é nosso”

“Ao dizer que o PSDB precisa demonstrar unidade para liderar o processo sucessório estadual e nacional de 2010 na oposição, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, tem razão. Mas cada partido deve buscar resolver seus próprios problemas.”

Essa foi a resposta do presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, às declarações de Freire que, ao, passar por Curitiba na sexta-feira passada, cobrou mais rigor dos tucanos na punição aos seus quadros que continuam alinhados ao PMDB no Paraná.

Rossoni disse, entretanto, que a infidelidade não é um problema exclusivo dos tucanos na oposição. E lembrou que o PPS também tem seus dissidentes. Um exemplo é o deputado estadual licenciado Felipe Lucas, que também está na base de apoio ao governo. “Cada um cuida do seu pátio e vamos em frente”, disse.

Para os deputados estaduais tucanos, que estão alinhados ao governo, a mensagem de Rossoni é que cada posição hoje terá um preço no futuro. “Cada um vai pagar o preço do comportamento na casa”, afirmou o tucano.

Rossoni já tentou orientar a atuação da bancada, onde apenas ele e o líder da bancada, Ademar Traiano, integram formalmente o bloco de oposição. Mas não conseguiu.

Os demais deputados Luíz Accorsi, Francisco Buher, Luis Fernandes Litro e Luiz Nishimori votam com o governo. Dois tucanos também estão na equipe do governador Roberto Requião: Nelson Garcia, secretário do Trabalho, e Luiz Malucelli é diretor do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) “Eu posso concordar com o Freire, mas olhar de longe um problema é uma coisa. Resolver é outra”, comparou.