Beto deixa comando do PSDB no próximo ano

O prefeito eleito de Curitiba, Beto Richa, vai deixar a presidência estadual do PSDB no próximo ano. A decisão ainda não foi comunicada a todo o partido, mas o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), será o sucessor de Beto na presidência da Executiva.

Brandão é o primeiro vice-presidente estadual do PSDB e, embora resistisse inicialmente em assumir o comando do diretório, já confirmou que irá colaborar com o prefeito eleito e conduzir o trabalho do partido no estado.

Beto comanda na próxima segunda-feira, dia 6, a primeira reunião da executiva estadual após as eleições municipais. Além de deputados federais e estaduais do PSDB, o encontro terá ainda um convidado especial: o prefeito eleito de Florianópolis, Dário Berger.

Brandão disse que cumprirá todo o mandato de Beto que se estende até dezembro do próximo ano, quando então será eleito um novo diretório, cujo presidente irá comandar o processo da sucessão estadual. Em 2006, Brandão quer estar livre para a campanha eleitoral, se for consolidado seu projeto de concorrer ao Senado pelo PSDB, como já vem cogitando há algum tempo.

Nas reuniões que manteve em São Paulo na semana passada, com o governador eleito José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Beto foi aconselhado a não afrouxar seus laços partidários. Os dois tucanos recomendaram ao prefeito eleito de Curitiba que mesmo fora da presidência procurasse manter os contatos com o interior do Estado, onde ele cultiva o patrimônio político deixado pelo seu pai, o ex-governador José Richa.

Se Brandão não aceitasse a presidência, outro nome da executiva poderia assumir o cargo, mas também existiria a possibilidade de realização de uma convenção extraordinária para decidir o novo comando da sigla. Setores do PSDB tentavam evitar essa possibilidade a todo custo, sobretudo aqueles que defendem a aliança entre o partido e o PDT para a sucessão estadual, tendo como candidato ao governo o senador Osmar Dias.

A avaliação interna era que se houvesse um convenção, a presidência do partido poderia ir para o senador Álvaro Dias. E nesse caso, haveria um conflito de projetos já que Álvaro tem manifestado a intenção de concorrer novamento ao governo em 2006.

A passagem de comando no partido já tinha sido sinalizada pelo prefeito eleito. Há cerca de quinze dias, ele havia admitido que pensava em renunciar à presidência estadual do PSDB, embora enfrentasse a oposição dos tucanos do interior que pressionavam pela sua permanência. Beto disse que poderia ter dificuldades em acumular a prefeitura de Curitiba com a direção do partido. Sobretudo o trabalho de contato com as lideranças do interior ficaria prejudicado, comentou à época.

Beto também já indicava que Hermas Brandão seria o seu substituto. Empenhado na sua reeleição para a presidência da Assembléia Legislativa – a eleição será realizada na próxima semana – Brandão tratou de consolidar a chapa única, antes de concordar em tomar posse na presidência do partido.

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