Uma força-tarefa formada pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Ministério Público e Receita Estadual cumpriu, nesta terça-feira, nove mandados de busca e apreensão em estabelecimentos ligados às empresas Medalhão Persa Ltda, Sherkat Farsh Iran Ltda., ITC Comércio, Importação e Exportação de Jóias Ltda. Foram vistoriados lojas, escritórios contábeis em Curitiba, sede das empresas, e em São Paulo, além das residências dos proprietários.
De acordo com a Promotoria de Justiça de Proteção à Ordem Tributária, que coordenou as investigações, o proprietário, o iraniano Youssef Amirkiai, e outras pessoas ligadas à empresa são suspeitos de sonegação fiscal e formação de quadrilha. Todo o esquema era mantido pelas lojas em Curitiba e também pelo programa de leilão e venda de tapetes e jóias veiculado em rede nacional.
Participaram das ações de cumprimento dos mandados cerca de 50 policiais civis e 27 fiscais da Receita Estadual. As ações foram realizadas simultaneamente na capital paranaense e em São Paulo. Em Curitiba, foram verificadas as três lojas do Medalhão Persa, no bairro Batel, nas Mercês e também dentro de um shopping no Mossunguê.
Além disso, foram revistados os três escritórios de contabilidade e a casa do proprietário das lojas, o iraniano Youssef Amirkiai, no bairro Mossunguê, em Curitiba. Em São Paulo, o mandado de busca foi cumprido no Bairro Jardins, por policiais do Nurce, na casa de um ex-sócio da empresa, o também iraniano Amir Shahrouzi.
De acordo com a polícia paranaense, as buscas resultaram na apreensão de centenas de documentos, como cobranças, extratos bancários, livros de registro e comprovantes de entrega de mercadoria.
Em uma das lojas, dentro do shopping, foram encontrados dois cofres de aproximadamente duas toneladas cada um, onde estariam, segundo as funcionárias, jóias, documentos e até uma estatueta do Oscar que valeria cerca de R$ 300 mil. Os cofres foram lacrados para que sejam abertos na presença do proprietário da loja, que está nos Estados Unidos.
Todo o material apreendido foi levado para a sede do Cope onde será entregue para a análise do Ministério Público Estadual que dará continuidade às investigações.
Investigações
As investigações sobre as empresas de Youssef Amirkiai começaram no início deste ano, quando a Receita Estadual verificou que valores recebidos pela empresa não eram declarados ao fisco para escapar do pagamento do ICMS. A partir daí, a Receita solicitou apoio do Ministério Público nas investigações.
?Com os documentos que apreendemos será possível verificar que tipo de transações eram feitas pela empresa?, disse o promotor José Geraldo Gonçalves, da Promotoria de Justiça de Proteção à Ordem Tributária.