Pesquisadora alerta pais e professores sobre violência nas escolas

Brasília – O tráfico de drogas, as gangues, as armas, bem como agressões verbais, discriminação, intimidação, furtos e ameaças estão inseridos nas escolas brasileiras, mas não são percebidos pelos pais, professores e próprios alunos. O alerta é da socióloga e secretária-executiva do Observatório Ibero-Americano de Violências nas Escolas, Miriam Abramovay.

Segundo ela, essas formas de violência são pouco discutidas dentro das instituições de ensino. "Nas pesquisas, quando perguntamos se há violência na escola, o primeiro ímpeto é dizer que não, porque também a violência está tão banalizada que nem as escolas se dão conta do que está acontecendo no seu dia-a-dia."

Em 2000, o Observatório Ibero-Americano fez um estudo nacional chamado Violências nas Escolas. O levantamento mostra que para metade dos alunos entrevistados a violência no ambiente escolar dificulta a concentração nos estudos.

Foi constatado que 28% dos alunos do Rio de Janeiro e Belém e 39% de Cuiabá ficam nervosos com as diversas situações de violência escolar. Já 27% do Rio de Janeiro e de Recife e 34% em Gioânia, Cuiabá, Manaus e Fortaleza citam a perda de vontade de ir à escola.

A socióloga destacou que há uma proposta de fazer um diagnóstico em todas as escolas do país sobre violência a partir do ano que vem.

"Até ter uma política pública as escolas têm que ter diagnóstico, porque precisamos saber o que elas consideram violência, como é a relação entre professor e alunos, qual é o papel dos pais e o que pensam da escola", informou a socióloga.

De acordo com Miriam Abramovay, é necessário formar mediadores escolares, criar locais e espaços de diálogo, além de ampliar os projetos de convivência escolar.

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