Já são cerca de trezentas famílias participando da invasão a uma área particular no bairro Tatuquara, na Cidade Industrial de Curitiba. As famílias começaram a chegar ao local na última sexta-feira. Na segunda-feira, véspera de feriado de 7 de Setembro, havia cem famílias.
Com barracos montados, lotes distribuídos e demarcados com cordas e fitas magnéticas – os invasores se diziam firmes na decisão de não abandonar o local. A maioria deles é oriunda de uma região denominada Terra Santa, localizada quase ao lado da área invadida, nas proximidades da BR-476. “Eu morava há dois anos na Terra Santa e, toda vez que chovia, minha casa era invadida pela água”, conta a dona de casa Rosinha Rodrigues dos Santos, que participa da invasão. “Não pretendo sair da área invadida, já estou com um dos lotes e já penso em construir no local”.
Segundo o servente de pedreiro e um dos líderes dentro da invasão, Luiz Carlos Colaço, a área que foi ocupada não possui utilidade alguma, servindo apenas como ponto de encontro de assaltante e outros marginais. Enquanto isso, “as famílias que participam da invasão não têm um pedaço de terra para construírem suas casas e não podem pagar aluguel”.
A área no Tatuquara já foi invadida anteriormente, há três anos. Na ocasião, o proprietário (que não foi identificado e localizado por O Estado) conseguiu a reintegração de posse. Se a reintegração voltar a acontecer, as famílias invasoras ameaçam realizar um protesto na BR-476.
A Prefeitura de Curitiba, através de sua assessoria de imprensa, informou que não vai se manifestar sobre o caso, pois a área invadida é de propriedade particular.