Ruralistas emperram a reforma agrária, diz Incra

O superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa de Lacerda, afirmou ontem que o maior problema encontrado pelo instituto para fazer a reforma agrária no Paraná é a resistência dos ruralistas. Lacerda destacou que há grande dificuldade em se adquirir terras pelo alto preço, mas a visão contra a reforma dos ruralistas é o que mais atrapalha. “Eles não percebem que, sem ajudar, acabam cortando a própria carne e perpetuando o conflito”, disse.

O superintendente ressaltou que o Incra trabalha no meio de uma disputa ideológica, enquanto os ruralistas afirmam que os sem terra são marginais, vagabundos e querem roubar suas terras. Já o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) trava uma verdadeira guerra contra o latifúndio.

Na última quinta-feira, Lacerda conversou com os proprietários da Fazendas Campo Real, em Candói, e das propriedades que formam o Complexo Cajati, em Cascavel, ambas ocupadas pelo MST. “A conversa foi boa. Conseguimos mostrar a eles que o despejo não resolve o problema. Os sem terra apenas migram e ocupam novas áreas, perpetuando o conflito. Os proprietários das duas áreas não se dispuseram num primeiro momento a vender terras, mas se comprometeram a ajudar o Incra a encontrar soluções definitivas para o problema”, contou. Lacerda destacou que o Incra está em processo avançado de compra das fazendas Itambé, em Jundiaí do Sul, e Sete Mil, em Jardim Alegre.

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