Poucos conhecem leis de incentivos

A responsabilidade social está ganhando cada vez mais espaço nas empresas brasileiras, porém entre o empresariado ainda há muito desconhecimento das leis de incentivo. Pesquisa realizada recentemente pelo Ministério da Cultura revela que apenas 6% das empresas conhecem ou fazem uso dos meandros burocráticos de como extrair benefícios do apoio fiscal e “investem timidamente seus tributos nos projetos sociais via leis de incentivo”. No Paraná, somente 1% dos empresários demonstra conhecimento da legislação de incentivos, conforme o levantamento.

“A falta de conhecimento é um grande problema, pois os empresários acabam bancando do próprio bolso os projetos, o que reduz o potencial de investimentos”, avalia Eduardo Correia de Almeida, diretor executivo da associação de capacitação profissional Dharma. Inaugurada em Curitiba há um ano, presta consultoria na área de responsabilidade, fomentando projetos sociais.

No Brasil, existem três importantes leis de incentivo: da Cultura, que pode ter reversão social; de Tecnologia, que visa investimento em pólos de softwares; e da Doação, pertencente à Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Ocip). Esta última permite que o empresário deduza 2% de seu lucro líquido e cerca de 1,5% em pesquisa e educação.

Preocupação

Com a criação do Instituto Ethos – há cerca de seis anos, por um grupo de empresários – a preocupação com questões ligadas à responsabilidade social começou a crescer de forma bastante considerável no Brasil. Nos últimos dois anos, com a percepção de que o envolvimento em trabalhos sociais pode gerar uma série de benefícios tanto à sociedade quanto à própria organização, dezenas de empresas passaram a desejar ser reconhecidas como socialmente responsáveis.

Segundo Almeida, as empresas brasileiras estão a cada dia buscando mais informações sobre como fazer e o que fazer dentro do universo da responsabilidade social. As organizações começam a perceber que, para melhorar o mundo, não se deve deixar tudo apenas nas mãos do governo. “Há um costume crescente no consumidor em querer beneficiar empresas socialmente responsáveis. Muitas pessoas dão preferências a produtos e serviços de empresas executoras de projetos sociais”, destaca Almeida.

De acordo com o diretor da Dharma, a adoção da responsabilidade também se reflete sobre o sistema de gestão das empresas. Quando uma organização adota um projeto, acaba envolvendo todos os seus funcionários com o voluntariado. Conseqüentemente, as pessoas passam a enxergar as atividades e os problemas rotineiros de outra forma, transformando-se em cidadãos mais solidários e mais produtivos.

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