MPE discute problemas do litoral

Os problemas ambientais do litoral foram discutidos ontem em dois encontros organizados pelo Ministério Público Estadual (MPE). O primeiro deles foi em Matinhos, e o tema central foi a questão da balneabilidade que fica comprometida durante a temporada. Em Paranaguá, a principal preocupação foi com o aterro sanitário da cidade e as condições de vida dos catadores de papel.

No ano passado, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) fez a coleta de água nos pontos mais freqüentados do litoral e os resultados foram preocupantes. Em boa parte deles a água estava imprópria para o banho. ?Por duas vezes, em períodos de muita chuva, dos 51 pontos pesquisados, 46 apresentaram problemas?, comenta o chefe do IAP no litoral, Reginato Bueno.

Segundo a diretora de meio ambiente e ação social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, a empresa vem fazendo seu dever de casa. Diz que foram construídos vários quilômetros de rede de esgoto e as obras devem terminar até meados do próximo ano. Mas ela explica também que não adianta apenas ampliar o sistema se a população não colabora.

A ligação da fossa à rede é responsabilidade dos moradores, mas muitos não cumprem com a sua parte. Em Guaratuba, por exemplo, a região da Bacia do Rio Brejatuba conta com a rede, mas o rio ainda está poluído porque a maioria das pessoas não fez a ligação. ?Se todos fizessem, 90% dos problemas de poluição do rio estariam resolvidos?, comenta Maria Arlete.

Mas ao que parece, agora estes moradores vão ter que se adequar. A maioria já recebeu notificações e agora a Sanepar, IAP e MPE vão tomar medidas legais. No entanto, Maria Arlete destaca que não é apenas o esgoto que polui as águas do mar, mas também todo o lixo que é produzido na cidade. Boa parte vai parar nas galerias de água fluvial.

Em Paranaguá o problema que ganha destaque é o do lixão. A cidade já vem elaborando um estudo de impacto ambiental para encontrar outra área, mas o MPE quer que o município comece também a reciclar o lixo e fazer a compostagem do material orgânico. Além disto, o procurador de Justiça, Saint-Clair Honorato, diz que a situação dos catadores de papel também preocupa. Muitos deles moram no próprio lixão.

De acordo com o procurador, os encontros começaram a ser realizados em março de 2005 e o objetivo é fazer os órgãos responsáveis discutirem os problemas de forma integrada e ir em busca de soluções. 

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