Motoboys protestam novamente em Curitiba

Um grupo de pouco mais de cinqüenta motoboys fez ontem um novo protesto no centro de Curitiba. Eles se concentraram na esquina das avenidas Marechal Floriano e Marechal Deodoro e seguiram fazendo muito barulho até a Prefeitura, no Centro Cívico. A categoria se diz revoltada com as condições de trabalho e apreensiva com as mudanças que estão sendo previstas em duas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que definem normas de segurança e regras para o transporte de carga em motocicletas.

A primeira mudança está na Resolução 203 e começa a valer já a partir de 6 de agosto. Ela prevê que tanto o condutor quanto o garupa devem usar capacetes certificados por empresas credenciadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).

Já a Resolução 219 – que entraria em vigor no dia 29 de julho, mas foi prorrogada para janeiro de 2008 -, regulamenta o transporte de carga. A nova regra valerá para condutores que realizam o transporte remunerado de carga em municípios onde a atividade foi regulamentada pelo poder público. A motocicleta deverá possuir placa de identificação na cor vermelha, o baú ou a grelha deverão atender as dimensões definidas na lei e o condutor terá de utilizar colete com faixas retrorefletivas e fluorescentes. De acordo com o chefe da 1.ª Ciretran, Valmir Antônio Morechi, essa atividade deverá ser regulada pelas prefeituras. Porém, até agora, nenhum município do Estado definiu as regras para essa atividade.

A grande preocupação dos motoboys é quem irá arcar com essas despesas. ?Se colocar a placa vermelha não vou conseguir vender a moto. Além disso, o tamanho da caixa é muito pequeno e hoje somos obrigados pelas empresas a andar com a caixa aberta para transportar produtos maiores?, reclama Reginaldo Boniogli. Os motoboys também reclamam da falta de apoio. ?Queremos que a Prefeitura defina pontos fixos e nos dê telefones, já que vamos começar a trabalhar sozinhos, igual aos táxis, sem a exploração das empresas?, diz Marcelino Cardoso. Além disso, querem mais vagas de estacionamento no centro, corredores exclusivos nas vias públicas e cobrança de valores de multas iguais aos dos automóveis.

Ontem, representantes da categoria foram recebidos pelo secretário de governo de Curitiba, Rui Hara. Segundo a assessoria da Prefeitura, o secretário apenas recebeu as reivindicações e orientou os profissionais a criarem uma associação dos autônomos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana, Tito Mori, disse que o trabalho do sindicato está centrado apenas nas questões trabalhistas, onde já houve muitas conquistas. ?Sobre essas resoluções, que são nacionais, nós não temos poder para alterá-las?, comenta.

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