Morador da CIC preparado para qualquer serviço

A vida de Edson Gonçalves, 30 anos, é andar pelas ruas de Curitiba oferecendo às pessoas qualquer tipo de serviço. Num pequeno carrinho, ele carrega todo o material necessário para pintura, pequenas limpezas, aplicação de grafiato, jardinagem e serviços de concertos em geral. “Estou há quinze anos nessa e gosto do que faço. Vivo solto e faço de tudo”, diz.

Edson mora próximo ao Terminal da CIC, numa pequena pensão onde paga cerca de R$100 pelo quarto. De lá, ele parte diariamente para percorrer as ruas do Capão Raso, Novo Mundo, Portão e Água Verde. Nesta região, o trabalhador conta que o serviço mais comum é de pequenas limpezas e fretes. “Ganho um troco coletando lixo reciclável. Às vezes pego uns fogões, geladeiras velhas, que rende um bom dinheiro nos ferro-velhos”, conta.
Duas semanas no mês, ela atravessa Curitiba e segue rumo a Santa Felicidade. Lá, ele passa a semana trabalhando sem voltar para casa. “Não dá pra ir e voltar todo o dia, então eu fico por lá mesmo. Durmo em borracharias ou em postos de gasolina e vou me virando”, relata.

Edson não sabe exatamente quanto o trabalho rende por mês, mas pelo menos dá para pagar a pensão e ainda mandar dinheiro para os dois filhos, que moram com a ex-mulher. “As vezes, só tiro uns R$ 6 ou R$ 7, mas em épocas boas dá pra fazer R$ 40 num dia de trabalho. Principalmente no final de ano, quando o pessoal gosta de pintar a casa”, comenta. “O importante é estar trabalhando e colocando comida na mesa. O resto a gente dá um jeito”, afirma.