Em Foz do Iguaçu

Julgamento de acusado de matar petista no Paraná é adiado após defesa abandonar júri

Banca de advogados que defende Jorge Guaranho alegou cerceamento da defesa. Foto: Reprodução/WhatsApp

Foi adiado novamente o julgamento do ex-agente penal federal Jorge Guaranho pelo assassinato do ex-guarda municipal e ex-tesoureiro do PT Marcelo Arruda. O início da sessão estava marcado para a manhã desta quinta-feira (4), mas os advogados que defendem Guaranho abandonaram o júri alegando cerceamento de defesa. Uma nova sessão está marcada para o próximo dia 2 de maio.

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É a segunda vez que o julgamento é adiado. A primeira sessão estava marcada para o dia 7 de dezembro. Na ocasião, o juiz do caso, Hugo Michelini Júnior, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, entendeu que o processo estava pronto para julgamento, tendo atendido todos os prazos processuais. Mas a equipe de defesa na época alegou não ter tido acesso a um dos laudos do processo.

Petista Marcelo Arruda foi assassinado em Foz do Iguaçu, no Paraná.

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Agora, a nova banca de advogados que assumiu a defesa de Guaranho no mês de março pediu novamente o adiamento do júri por uma suposta falta de acesso a documentos no processo. Após manifestações do Ministério Público e da assistência de acusação, o juiz negou o pedido. Na sequência, a defesa abandonou o júri e uma nova data foi estipulada.

Para acusação, defesa de Guaranho tentou anular o processo

Para Daniel Godoy, assistente de acusação, o novo adiamento é consequência de uma tentativa da defesa em tentar anular o processo. “Ao final da petição, eles postularam pela liberdade provisória do acusado, era esse o verdadeiro intento da defesa. Continuamos firmes na tentativa de justificar a denúncia, fazendo com que Jorge Guaranho seja condenado por homicídio qualificado”, disse, em entrevista coletiva.

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A reportagem entrou em contato com a defesa de Guaranho, que confirmou o adiamento. Os advogados vão emitir uma nota explicando os motivos do abandono do júri.

Acusação e defesa divergem sobre a motivação política do crime

Conforme narra a denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça de Foz do Iguaçu, Arruda foi assassinado na noite de 9 de julho, enquanto comemorava o aniversário dele na Associação dos Empregados da Itaipu Binacional Brasil. A festa de aniversário tinha decoração temática alusiva ao PT e ao então pré-candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ao ter acesso às imagens da festa registradas pelas câmeras de segurança da Associação, Guarunho foi até o local da festa de aniversário com o som do carro reproduzindo músicas alusivas ao então presidente Jair Bolsonaro(PL).

“Inconformado com a explícita apologia ao principal adversário (Lula) do pré-candidato de sua preferência (Bolsonaro) Guaranho, da janela do seu veículo, deu causa ao que seria o início do enredo macabro, provocando indistintamente todos os convivas (que não conhecia) com expressões que denegriam o opositor (‘Lula ladrão’, ‘PT lixo’) e exaltavam o de sua preferência (‘Bolsonaro Mito’, “aqui é Bolsonaro’)”, relata o Ministério Público.

Para a assistência de acusação, a motivação política foi o que baseou a ação de Guaranho. Nesta semana, os advogados apresentaram um parecer técnico que comprovaria que o ex-agente penal federal teria dito “petistas vão morrer” pouco antes de atirar contra Arruda.

Para chegar a essa conclusão, a perícia analisou as imagens das câmeras de segurança do salão e fizeram a leitura labial de Guaranho. “Os laudos realizados pelo Instituto de Criminalística e o laudo complementar, feito por perito contratado por nós, demonstram a robustez e, de forma bastante farta, a existência de provas com relação à motivação política do crime. O que se espera agora, no júri, é que isso venha à tona”, afirmou o advogado Daniel Godoy.

A defesa, por sua vez, vai buscar a desqualificação do homicídio. Para os advogados de Guaranho, há nos autos do processo provas de que o assassinato do ex-tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu não foi motivado por posições políticas antagônicas.

“Nós vamos trabalhar com a verdade dos fatos, com o que foi angariado durante o processo. Sem narrativas, sem influências externas. Vamos trabalhar com os documentos que temos, laudos periciais, testemunhas, vídeos. O crime ocorreu após uma discussão banal, e tentaram dar um aspecto de extremista ao Jorge Guaranho, o que ele não é. Esta conotação política não está configurada nos autos”, afirmou o advogado Samir Mattar Assad.

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