Fim de semana chuvoso em boa parte do Estado

A alegria para os curitibanos que desceram ao litoral pode acabar ainda na madrugada de hoje. A frente fria prevista para entrar no Paraná no domingo se antecipou e ontem mesmo já formou áreas de instabilidade no oeste do Estado. A instabilidade climática deve trazer chuvas irregulares para Curitiba e também para o litoral, com ventos fortes e trovoadas, segundo as previsões do Instituto Tecnológico Simepar. Segundo a meteorologista Sheila Paz, do Simepar, a precipitação vem em forma de pancadas de chuva. ?Serão chuvas bastante irregulares e até amanhã (sábado), as temperaturas não devem cair significativamente?, diz.

Porém, o panorama deve mudar a partir de amanhã. Com o aumento da nebulosidade, o sol se esconde, causando queda nas temperaturas. Ontem, por volta das 15h, a temperatura em Curitiba chegou aos 24 graus centígrados. Para hoje, a máxima prevista na capital paranaense é de 18 graus. No litoral, a temperatura deve oscilar entre 14 e 25 graus.

Apesar da previsão de chuvas, o volume esperado não deve chegar a aliviar o sistema de abastecimento de água em Curitiba e Região Metropolitana. De modo que, pelo menos por ora, o rodízio do racionamento continua mantido. Hoje terão o corte do fornecimento de água os moradores do bairro Alto da Glória. De modo parcial, serão atingidos os bairros Alto da XV, Bacacheri, Cajuru, Cabral, Capão da Imbuia, Centro, Cristo Rei, Guabirotuba, Hugo Lange, Jardim das Américas, Jardim Botânico, Jardim Social, Juvevê, Prado Velho, Tarumã, Uberaba e o município de São José dos Pinhais.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração, enviou ontem à Defesa Civil do Paraná um alerta sobre a possibilidade de chuva forte acompanhada de descargas elétricas e de rajadas de vento de 60 a 70 km/h no oeste, sudoeste e litoral paranaense. A Sedec recomenda a população a evitar áreas de alagamentos e locais com pouca ou nenhuma proteção contra raios e ventos fortes. Alerta-se, também, para o risco de deslizamentos de encostas, barreiras e morros.

Paranapanema

A estiagem no Paraná ultrapassa as divisas do Estado. O reservatório de Capivara, em São Paulo, está com apenas 21,6% do volume útil ocupado – o terceiro mais baixo índice registrado nos últimos 20 anos. Por isso, reaparecem antigas pontes que ficaram sob as águas desde a década de 70, quando a usina foi construída pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp). A Duke Energy, atual empresa concessionária da usina, alerta para que as pessoas não subam nessas pontes, a pé ou de carro, não pernoitem sobre as estruturas e não naveguem ou nadem nas proximidades.

Segundo o gerente de Planejamento de Operação da Duke Energy, Carlos Antônio Severino Costa, o baixo nível do reservatório se deve à falta de chuvas na região e à forte seca que atinge o sul do país, em especial o Paraná. ?A bacia do Paranapanema é afetada pelo regime de chuvas das regiões sudeste e sul, o que tem colaborado para que o nível dos reservatórios esteja baixo. Os principais rios afluentes à represa de Capivara no estado do Paraná, por exemplo, estão apresentando as menores vazões de um histórico de 75 anos?, aponta Costa.

Cresce procura pelo Resgate Social

Roger Pereira

Com a queda das temperaturas nos últimos dias em Curitiba, cresceu a preocupação da população com os moradores de rua. Desabrigados, sem roupas e cobertores adequados, esse pessoal é o que mais sofre com o frio das madrugadas na capital. Segundo dados da Central de Resgate Social de Curitiba, o número de solicitações de resgate pela população através do telefone 156 superou os mil mensais em julho e agosto.

A coordenadora do programa, Eliana Miriam Oleski, comentou que nos dias frios cresce, também, a busca espontânea pelo abrigamento. ?Quando há quedas significativas de temperatura, a central abriga, em média, 200 pessoas, enquanto em dias normais atendemos cerca de 90, 100 pessoas?, comentou. Além do abrigo, na Central de Resgate Social as pessoas são atendidas por assistentes sociais, tomam banho, recebem roupas limpas, alimentação, material de higiene e passam por avaliação de saúde feita pela equipe médica do Resgate. ?Toda a população de rua de Curitiba está cadastrada. Sabemos a situação de cada um deles quanto à saúde, alcoolismo e uso de drogas. Nosso objetivo é, a partir do resgate, desintoxicá-los e assisti-los até que se tornem independentes do abrigamento?, explicou Eliana, lembrando que muitas pessoas já estão ?morando? na central enquanto se reabilitam e que há alguns ex-moradores de rua morando em pensões, mas ainda sendo acompanhados pela Fundação de Ação Social.

A última pesquisa da fundação constatou que Curitiba tem 345 homens e 43 mulheres em situação de rua. Apesar do frio, algumas dessas pessoas ainda resistem ao abrigamento.

Eliana salientou a importância das solicitações de resgate por parte da população para salvar as vidas desses cidadãos e destacou que equipes do Resgate Social estão circulando 24 horas por dia em Curitiba e à disposição para as solicitações via 156.

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