Estoque de sangue na capital está abaixo do ideal

O estoque de sangue no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) está abaixo do necessário. Nesta época do ano muita gente viaja e as doações diminuem em até 40%. Por outro lado, aumenta o número de feridos em acidentes. O diretor do Hemepar, Wilmar Guimarães, faz um apelo para que as pessoas façam a doação antes de pegar a estrada. Por dia é necessária a coleta de pelo menos 120 bolsas de sangue.

De dezembro até o Carnaval, o estoque do Hemepar diminui e pode colocar em risco a vida de pacientes que precisam da transfusão de sangue. Embora nesse período as cirurgias marcadas (eletivas) diminuam, aumenta o risco de acidentes nas estradas. O estoque no banco de sangue precisa estar sempre cheio para dar segurança. ?É imprevisível e não podemos correr o risco de não poder atender em casos de acidentes?, fala Wilmar.

Segundo ele, devido aos apelos que o Hemepar tem feito na mídia, ontem o movimento era satisfatório. Mas a situação preocupa porque as férias estão apenas começando. Wilmar explica que doar sangue não é um bicho de sete cabeças. Quando as pessoas chegam ao centro preenchem um formulário, passam por uma entrevista e fazem um teste simples de anemia. Depois, se o médico avaliar que o doador está em condições de realizar o procedimento, é encaminhado para uma sala para a coleta de sangue. Dos homens são retirados cerca de 450 mililitros – das mulheres um pouco menos.

Wilmar diz que existem vários mitos sobre a doação de sangue. Muita gente acha que quem doou uma vez precisa doar sempre; outros que o sangue engrossa e que todo mundo passa mal. Segundo ele, nenhum é verdadeiro. Mas é possível que algumas pessoas sintam um mal-estar depois da retirada do sangue, mas em minutos passa. ?As pessoas não correm risco?, reforça Wilmar. Além disso, os materiais usados são de qualidade e descartáveis.

Isabela Melo, 20 anos, está em sua quarta doação e sabe bem a importância de manter os estoques cheios. A primeira vez que doou foi para ajudar o próprio pai e depois não parou mais. ?Tem muita gente que precisa. Não dói nada, só a picada da agulha?, diz.

Rodrigo Fagundes, 25 anos, doa sangue desde os 18, época em que freqüentou o quartel. Conta que ia doar no mês passado, mas como estava gripado não podia. Aproveitou a oportunidade ontem. ?A gente nunca sabe o dia de amanhã. Pode ser que eu esteja precisando?, comenta.

Para doar sangue as pessoas precisam atender algumas condições: ter mais de 18 anos, pesar mais de 50 quilos, não ter comportamento de risco para a aids e nem ter tido hepatite. Cada doador pode ajudar até quatro pessoas. O sangue é fracionado em plasma, plaquetas, glóbulos vermelhos e crioprecipitado (conjunto de substâncias da coagulação sangüínea). Não existe nenhuma substância capaz de substituir o sangue. O sangue coletado em Curitiba atende a capital e toda a Região Metropolitana.

Serviço: O Hemepar fica aberto de segunda a sábado, das 8h às 18h. No entanto, no dia 31 não ficará de portas abertas. Na segunda-feira as atividades voltam ao normal. O Hemepar está situado na Rua João Prosdócimo, 145, no Alto da XV. Telefone: 362-2030. Quem estiver fora da capital pode procurar uma das unidades da Hemorede, espalhadas pelas 22 regionais de saúde do Estado.

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