Decon pretende retirar grades de forma pacífica

A semana que vem promete ser decisiva para a questão da retirada das grades em torno do Palácio Iguaçu. Com o retorno do diretor-presidente do Departamento Estadual de Construções, Obras e Manutenção (Decon), Cézar Benoliel, a Curitiba, o governo do Estado deverá prosseguir com os procedimentos legais para a execução da obra.

De acordo com Benoliel, logo no início da semana será publicada em Diário Oficial a abertura de concorrência pública para a licitação das empresas interessadas em realizar a obra. “Agiremos dentro da lei e de maneira pacífica, sem alardes e muito menos sem gerar conflitos com os movimentos populares”, assegura. “Acredito que o processo de licitação seja bastante ágil e que até o final da semana já tenhamos o nome da empresa vencedora da concorrência, assim como a data na qual será retirado o alambrado de Praça Nossa Senhora da Salete.”

Segundo dados apurados pelo Decon, o Centro Cívico era uma das regiões de Curitiba mais visitadas antes da colocação das grades. Isto, no entanto, mudou. “Mesmo com o espaço criado na frente do Palácio, as pessoas passaram a visitar menos esta região”, informa Benoliel. “As grades não só representam um divórcio entre o governo e a população, como também causam uma sensação de sufoco.”

Prioridades

Embora o fim das grades colocadas ao redor do Palácio Iguaçu seja uma promessa de campanha, Benoliel ressalta que esta obra não é a principal preocupação do governador Roberto Requião. “Sabemos que há todo um simbolismo sobre esta questão. Entretanto o atual governo e toda a sua equipe, inclusive o Decon, têm questões muito mais relevantes e urgentes a tratar, como os contratos sem licitação do antigo governo, as obras inacabadas e as irregularidades na Sanepar”, ressalta.

Paraná tem 800 obras paralisadas

Uma das prioridades do Decon diz respeito à viagem de Benoliel e alguns funcionários do órgão, nesta semana, para o Noroeste do Estado. Desde segunda-feira, eles estão na região vistoriando obras iniciadas pelo governo anterior. Aproximadamente cem obras, a maioria escolas, foram visitadas por Benoliel, juntamente com engenheiros da regional do Decon de Campo Mourão. “São empreendimentos que, na sua maioria, estão parados porque os recursos destinados não prestigiaram todo o conjunto da obra”, conta Benoliel, informando que em todo o Paraná existem mais de oitocentas obras paralisadas. “Para todos esses empreendimentos daremos soluções, cabíveis ao orçamento previsto para a Secretaria de Obras.”

Além dos erros no cálculo dos recursos necessários, o Decon também constatou nessa visita ao Noroeste que muitos dos empreendimentos são impróprios para a região onde seriam instalados e por este motivo não estão concluídos. “Uma das obras que visitamos tinha a finalidade de se tornar um matadouro, mas ela se mostrou anti funcional para o local e por esta razão ficou parada. Agora, vamos dar continuidade à obra, mas para fazer uma escola”, antecipa Benoliel.

Nessa viagem ao Noroeste, o Decon percorreu vinte municípios. As cerca de cem obras visitadas, segundo o departamento, estarão concluídas dentro de 120 dias. “Todos esses empreendimentos estarão calcados sob três pilares: utilidade, funcionalidade e praticidade”, assegura o diretor.

As demais obras paradas ? espalhadas pelas outras regiões do Estado ? também receberão a mesma atenção do departamento. A meta do departamento é de que até agosto sejam visitadas todas as 14 regionais do Decon.

Centralização

Para dar maior agilidade e aumentar o controle sobre os empreendimentos realizados pelo governo estadual, Benoliel diz que a Secretaria de Obras e o Decon vão centralizar a execução de todas as obras no Estado.

Segundo Benoliel, o estilo de governar da administração anterior “sucateou o Estado e proporcionou falhas na gestão pública”. Ele estima que com a centralização, o trabalho de fiscalização será facilitado. Benoliel também garante que dentro da nova política de funcionamento do Decon, as visitas e vistorias nos municípios paranaenses serão constantes.

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