Colégio eleitoral deve homologar eleição na UFPR

Mesmo sob protesto de estudantes que ocupam o prédio da reitoria desde a última sexta-feira, a reunião do colégio eleitoral da Universidade Federal do Paraná (UFPR) acontece hoje, às 8h30, no Hospital de Clínicas. O encontro vai homologar a reeleição do reitor Carlos Augusto Moreira Júnior, resultado que provocou a manifestação dos alunos.

Cerca de 40 estudantes ocuparam a Sala dos Conselhos, no prédio da reitoria da UFPR, após um protesto no pátio, onde estão acampados outros alunos. Os manifestantes alegam que ocorreram problemas na eleição e querem que o processo não seja homologado até que as denúncias de uso da máquina administrativa no processo eleitoral sejam apuradas.

Uma sindicância já foi instaurada para apurar as denúncias, mas segundo a procuradora jurídica da UFPR, Dora Lúcia Bertúlio, o resultado das investigações não afetará as eleições. "Se as denúncias forem comprovadas, as pessoas envolvidas serão punidas, mas nada interfere no resultado da eleição para reitor", afirmou. Segundo a procuradora, a ocupação no prédio se deu por uma falha na segurança, que foi contratada na semana passada quando começaram os protestos na instituição.

Negociações

Ontem pela manhã uma comissão formada por professores e técnicos foi até o prédio ocupado para saber, de forma oficial, qual era a pauta dos estudantes. As reivindicações seriam encaminhadas para o reitor. Mas, para iniciar as conversas, os estudantes pediram a garantia de que não seriam punidos, exigiram negociar diretamente com o reitor, que os encontros se dessem na sala ocupada e que a segurança -que está sendo feita por uma empresa particular – fosse retirada do local.

Durante a tarde, um primeiro encontro que durou cerca de uma hora, reunindo uma comissão dos alunos e o pró-reitor de planejamento, Zaki Akel Sobrinho, terminou sem avanço. Segundo a assessoria de imprensa da UFPR, os estudantes não aceitam iniciar qualquer negociação até garantia de não- punição, o que não poderia ser dado, já que ninguém da direção sabe o estado em que se encontra a sala ocupada. "Não sentimos nenhuma vontade da direção em negociar. Nós aceitamos flexibilizar nossos pedidos, mas eles não aceitam nenhuma das nossas condições", disse o estudante de psicologia Tiago Bagatin, que participou da reunião e garantiu que os ocupantes estão mantendo a sala em perfeita ordem.

Ele explicou que o pedido de não-punição se deve ao ?caráter de reivindicação política da ocupação?. "Além disso aceitamos assinar um termo de compromisso para nos responsabilizarmos por qualquer dano", afirmou.

A procuradora da UFPR afirmou que os alunos quebraram vidros da entrada do prédio e coagiram os funcionários, que tiveram que sair escoltados do local, e que esses atos impedem a garantia de não-punição. A coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Daniela Xaveir Haj Mussi, que está no prédio desde sexta-feira, disse que os estudantes não têm previsão de deixar o local. "Ficamos até quando for necessário." Após a primeira reunião, os alunos iriam realizar uma assembléia e depois se encontrariam novamente com o pró-reitor no início da noite. Até o fechamento dessa edição a reunião não havia começado.

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