Centenas de livros por mês vão a restauro no Paraná

O manuseio incorreto de livros e revistas é um dos principais problemas enfrentados por bibliotecas públicas e particulares do País. No Paraná, centenas de livros vão para restauro mensalmente devido a danos causados pelos usuários.

Só na Biblioteca Pública do Paraná (BPP), em Curitiba, são encaminhados ao setor de restauros entre quatrocentos e quinhentos exemplares por mês. “Nunca calculamos o prejuízo total que o manuseio incorreto dos livros gera à biblioteca. Entretanto é muito clara a necessidade de trabalhos específicos para conscientizar as pessoas sobre a importância de preservar o patrimônio público”, declara a chefe da Divisão de Preservação da BPP, Bety de Luna.

Todos os dias, os funcionários que trabalham na restauração se deparam com livros que foram dobrados, trechos sublinhados, figuras cortadas, páginas arrancadas ou dobradas e manchas de alimentos. Entretanto, já foram encontradas obras com folhas queimadas por cigarro, molhadas, rabiscadas por crianças pequenas e mesmo roídas por cães.

“Muitos usuários, na tentativa de ajudar a biblioteca, também promovem consertos inadequados nos livros com fita crepe ou durex ? o que, embora tenha sido feito de boa vontade, também dificulta o trabalho de restauração”, conta Bety. “Utilizamos técnicas específicas para aumentar a durabilidade dos livros. Muitas vezes, desmontamos um livro inteiro, removemos as colas anteriores e promovemos novas costuras, além de reforço na região lombar. Alguns exemplares chegam a receber capas novas.”

No sistema de bibliotecas da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, o problema também é comum. O acervo da universidade é composto por 350 mil exemplares. Cerca de mil estão em processo de reparo. “O manuseio incorreto dos livros prejudica bastante tanto alunos quanto professores”, comenta a diretora do sistema, professora Silviane Müller. “O Problema mais comum são trechos grifados ou sublinhados, que atrapalham a leitura dos próximos usuários.”

Para minimizar os danos, a PUC deve promover, entre os próximos dias 27 e 31, uma campanha educativa direcionada a seus alunos. Folders, faixas e cartazes já estão sendo confeccionados pelos próprios estudantes para alertar as pessoas sobre o manuseio correto dos livros. Com isso, a universidade pretende reduzir o número de obras restauradas.

Voltar ao topo