Alunos da UFPR sem aulas devido à paralisação

Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram ontem uma paralisação de 24 horas nas atividades dentro da instituição. Os estudantes ficaram sem aulas, mas alguns setores de pesquisa funcionaram durante o dia.

A categoria é contra a oferta do governo federal em conceder aumento de até 32% somente nas gratificações dos servidores públicos. São 1.870 professores ativos e 400 substitutos trabalhando atualmente na UFPR. Somando os aposentados, o número de docentes chega a 3,3 mil. A Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) estima que 50% da categoria aderiu ao movimento de ontem.

A diretora de imprensa da APUFPR, Milena Martinez, conta que a defasagem salarial dos docentes é de 127%. Um professor doutor, por exemplo, recebe R$ 800 de salário base. Com as gratificações (que variam conforme o mês e atividade realizada), a remuneração chega a R$ 3,8 mil. “Queremos que as gratificações sejam incluídas no valor total e que o salário base seja reajustado”, aponta Milena. “Nós propusemos 50% de reajuste em caráter emergencial”, afirma. O restante seria repassado em parcelas, a exemplo das propostas de outros servidores públicos, como os do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que estão em greve há 17 dias.

No próximo dia 20, a categoria vai se reunir com o governo federal para discutir novamente o aumento. É praticamente certo que, se não houver avanços nas negociações, os professores entrarão em greve. “Já estamos trabalhando na mobilização. Se eles (governo) continuarem batendo o pé, vamos parar”, avisa Milena.

Os professores devem deixar de trabalhar no começo de junho, quando os calendários de todas as universidades federais públicas coincidem. “Só não paramos agora porque algumas estão em recesso e outras ainda terminando as aulas”, explica a diretora da APUFPR.

Os professores também protestaram ontem contra a reforma universitária, que está sendo formulada pelo Ministério da Educação. “Não concordamos porque é uma reforma privatizante do ensino público. O governo quer dar acesso sem investir na universidade”, avalia Milena.

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