Acusados tentam fraudar julgamento em Altamira

Belém – Uma tentativade fraude quase põe a perder o julgamento do médico acusado de participar dos rituais que mutilaram e assassinaram meninos em Altamira (PA), no fim dos anos 80. O comerciante Hidelbrando Reis, de 50 anos, tentou tomar o lugar do irmão Ivan Reis, como testemunha arrolada pelos advogados de defesa do médico Anísio Ferreira de Souza. A fraude foi descoberta a tempo pela escrivã do juiz Ronaldo Valle, o que impediu que toda a sessão fosse considerada nula.

O fraudador foi levado a uma delegacia de Belém para prestar depoimento, junto com a mulher de Anísio Ferreira, apontada como a responsável por ter levado a suposta testemunha de Altamira a Belém. Se for comprovada a falsidade ideológica, o comerciante pode pegar até três meses de detenção.

O depoimento de Ivan Reis seria o último do segundo dia da sessão de julgamento do médico Anísio Ferreira, acusado de ser um dos responsáveis pelas operações que mutilavam as crianças no município paraense. Antes havia sido prestado o depoimento da mãe dele, Maria dos Reis, uma ex-paciente de Anísio Ferreira.

Convocado a depor como Ivan, Hidelbrando havia passado a noite incomunicável, fazendo-se passar como o verdadeiro depoente. Foi no início do testemunho que o juiz Ronaldo Valle foi chamado a atenção pela escrivã, que mostrou a ele o documento de identidade da testemunha.

Hidelbrando justificou sua presença no tribunal do júri, afirmando que o irmão estava doente e dizendo que os advogados do réu tinham lhe dito que era para comparecer ao tribunal. O aliciamento teria sido feito pela mulher do médico, que precisou ser detida na porta do tribunal. O juiz Ronaldo Valle suspendeu a sessão. A falsa testemunha foi encaminhada a uma delegacia, enquanto o advogado de defesa Jânio Siqueira, limitou-se a dizer que também teria sido enganado.

Valentina

Para hoje está previsto o último dia dessa sessão de julgamento. A expectativa é a presença de Valentina de Andrade, a líder da seita Lineamento Universal Superior (LUS), que mora em Londrina. Caso não compareça até o fim da sessão, ela poderá ter a prisão decretada. A seita também foi investigada por suspeita de envolvimento com o desaparecimento de crianças em Guaratuba e Umuarama.

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