Paraná investe em pesquisas com robalos e ostras

O governador em exercício Hermas Brandão autorizou nesta semana repasse de mais um parcela de recursos (R$ 20 mil) para execução de dois projetos na área de ciência e tecnologia: o que trata do repovoamento do litoral paranaense com alevinos de robalo e, o outro, da produção de sementes de ostra nativa em larga escala. Juntos, os dois projetos têm recursos da ordem de R$ 1,3 milhão e são coordenados pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Os recursos são do Fundo Paraná/Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
  
O primeiro prevê a soltura, até o final deste ano, de cerca de um milhão de larvas e 300 mil alevinos de robalo nas baías do litoral paranaense, pelo Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos (CPPOM) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Associações de pescadores da região e o Iate Clube de Guaratuba também colaboram com o projeto. Além do trabalho de desova artificial, larvicultura,  alevinagem e  engorda dos peixes, o projeto prevê ainda eventos de educação ambiental para conscientizar a população sobre a pesca predatória.

Cultivo comercial

A produção de larvas e alevinos de robalo tem sido desenvolvida com o propósito de viabilizar o cultivo comercial em cativeiro e o repovoamento consciente das baías do litoral paranaense. ?De nada adiantam todos esses esforços para recuperar os estoques de robalo se não despertarmos a consciência dos pescadores para o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais?, salienta o professor Sylvio Péllico Netto, coordenador administrativo do projeto e decano do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da PUC. Segundo ele, é necessário respeitar as medidas mínimas de abate da espécie, que é de 35 centímetros, quando este já fez, pelo menos, uma desova?.

Conforme Péllico Netto, na piscicultura marinha os robalos apresentam grande potencial para o cultivo. Nos países da Europa e Ásia, as espécies de robalos cultivadas em suas regiões são muito procuradas para pesca esportiva, com preços de venda bastante elevados. ?O robalo é um peixe que se adapta muito bem ao cativeiro. Tanto os jovens quanto os adultos são resistentes às manipulações e variações dos parâmetros físico-químicos da água?, explica o professor.

Os robalos são carnívoros e se alimentam, preferencialmente, de pequenos peixes e crustáceos. Apresentam corpo alongado e perfil dorsal acentuado. Enquanto o robalo-peva apresenta o dorso cinza esverdeado e as laterais prateadas, podendo atingir 50 centímetros e pesar até 5 quilos, o robalo-flecha tem coloração acinzentada no dorso, esbranquiçada no ventre e uma lista lateral separando essas duas cores. Pode chegar a 1,20 m e 25 quilos. A medida mínima de captura é de 50 centímetros.

Os robalos são encontrados em águas do Atlântico Ocidental: no Sul da Flórida (EUA), costa sudeste do Golfo do México, na maioria das Antilhas e Caribe, costa da América Central e do Sul. No Brasil, o peixe é encontrado do Amapá até o Rio Grande Sul.

Ostras nativas

Com o objetivo de desenvolver uma ostreicultura sustentável no litoral paranaense, por meio da produção em laboratório de sementes da ostra nativa (Crassostrea spp.), o Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos (CPPOM) da PUCPR, a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a Unidade Gestora do Fundo Paraná e a Prefeitura Municipal de Guaratuba firmaram parceria para produção de ostras nativas em larga escala.

Ao CPPOM caberá fornecer sementes de ostras aos produtores do litoral paranaense. Segundo a coordenação do projeto, a ostra é muito procurada no litoral, principalmente na temporada do verão, mas não há um escalonamento na produção. Espera-se que com o cultivo do molusco, o pescador terá trabalho e produto de qualidade para comercializar durante o ano inteiro, reduzindo a pressão sobre os bancos naturais de ostras nativas na região.

No Paraná, os cultivos estão concentrados nos municípios de Guaraqueçaba, Paranaguá, Guaratuba e Antonina. O preço médio vendido ao consumidor varia de R$ 3,00 a R$ 5,00. O projeto prevê também orientações sobre educação ambiental, nas comunidades ribeirinhas, para que o pescador cultive os moluscos, sem degradar o meio ambiente.

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