Os produtores de Castro, na região dos Campos Gerais, irão enviar até o final do ano cinco toneladas de palha de milho para o México. O material já foi beneficiado e está pronto para a exportação, aguardando apenas os desembaraços alfandegários. A venda do material irá representar uma alternativa de renda para pequenos produtores do município, que hoje, quando não descartam, utilizam a palha para uma forragem de baixa qualidade. No México, a palha é utilizada para embalar alimentos.
Os contatos entre a Prefeitura de Castro e a empresa mexicana que está adquirindo o produto começou há cerca de seis meses. O interesse pelo município, comenta o diretor da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento, Márcio José Lopes, ocorreu porque a região é uma das maiores produtoras de milho do Brasil – uma média de 200 mil toneladas/ano. Porém, os responsáveis por grande parte dessa produção são médios e grandes produtores, que utilizam mecanização total no processo. ?O produto que eles buscam precisa ter características determinadas, como tamanho e dureza, além de ser beneficiada manualmente, o que traz uma grande vantagem para o pequeno produtor?, disse.
Levantamentos preliminares da Prefeitura indicam que dentro dessas especificações se encaixam cerca de 100 produtores, que teriam atualmente condições de produzir de 500 a 700 quilos de palha por hectare, com um lucro estimado de até R$ 800. Esses números, afirma Lopes, tendem a aumentar, na medida que a produção seja voltada para atender essa demanda da exportação. ?As cinco toneladas de palha de milho que temos armazenadas são de 23 variedades diferentes que encontramos com os produtores. Agora iniciamos uma distribuição de sementes com potencial de produção voltada para atender as exigências do mercado mexicano?, falou.
A Secretaria de Agricultura está repassando aos produtores 20 quilos de sementes que serão pagas com 35 quilos de palha já beneficiada para a venda. Márcio Lopes acredita que a safra de 2006/2007 poderá servir de parâmetro para o potencial de produção da região. ?Hoje temos a estimativa de até 700 quilos de palha por hectare. Porém com o plantio de uma variedade voltada para uma produção de palha com qualidade exigida pelo mercado, esse volume poderá ser maior?, ponderou. A vantagem da comercialização da palha, acrescenta Lopes, é a alternativa de renda para as pequenas propriedades e aproveitamento da mão-de-obra. Além de Castro, já demonstraram interesse no mesmo processo produtores dos municípios de Rebouças, Malet, Rio Azul e Irati.