"Sou adepto do referendo porque sou adepto da democracia", afirmou, neste domingo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Velloso. Ele defendeu que o país fizesse mais referendos. Sugeriu que as consultas sejam feitas durante as eleições municipais, já que nestas a população vota apenas em dois candidatos: o prefeito e o vereador.
Velloso sugeriu que uma das questões a serem indagadas ao brasileiro seja o aborto dos fetos anencéfalos ? que possuem ausência total ou parcial do cérebro. O presidente do TSE disse que a participação da população no referendo sobre desarmamento foi uma demonstração da "festa da democracia". Sobre a vitória do Não, o ministro disse que "não examino o mérito da questão", mas disse que "o que o povo decide é soberano". "Votaram de acordo com sua consciência? Se votaram assim, votaram bem", disse.
"Mais de 100 milhões de brasileiros foram chamados a decidir diretamente a respeito de uma política pública. Se fizermos mais referendos, o povo brasileiro vai exercitar mais a sua cidadania" declarou. Ele disse que não esperava a vitória nem do Sim e nem do Não e afirmou que todos os brasileiros que participaram do referendo podem se sentir "orgulhosos" independentemente do resultado.
Segundo Velloso, foram gastos cerca de R$ 250 milhões para a realização do referendo e que isso representa a metade do que foi gasto nas eleições municipais do ano passado. O ministro disse que o custo "é necessário para reverenciar a democracia". Com a vitória do Não, fica permitida a comercialização de armas de fogo e munições no país.