No Senado, Celso Amorim, defende prioridade para acordos multilaterais

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou hoje (2) de uma audiência pública conjunta nas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado Federal. O chanceler foi questionado sobre a prioridade dada pelo governo brasileiro, nos últimos anos, aos acordos multilaterais em instâncias como a Organização Mundial do Comércio (OMC).

De acordo com o ministro,  nos acordos bilaterais, por exemplo, o país não poderia questionar o tema central que estava sendo ?atacado? na OMC, ou seja, o execesso de subsídios agrícolas por parte de governos europeus e norte-americano.

?Para o Brasil, um país que quer uma ordem internacional adequada, justa, em que todos possam fazer ouvir sua voz, o sistema multilateral é insubstituível. Questões como a do algodão e do açúcar, em que o Brasil obteve vitórias, seriam impossíveis em um sistema de natureza bilateral.?

Para Celso Amorim, uma menor credibilidade no sistema multilateral pode acarretar em uma onda de protecionismo e em uma série de medidas retaliatórias unilaterais e bilaterais que distorcem o comércio. O chanceler admitiu no Senado que o impasse em relação às negociações depois do fracasso da Rodada Doha é real, mas não é total.

Segundo ele, ?não existe alternativa à OMC? e, se as negociações internacionais não derem certo, o prejuízo será gravíssimo, não só para o Brasil, mas para todos os países. ?Será, inclusive, um sinal para o mundo da falência do sistema multilateral. Mesmo os temas que não estão sendo negociados agora serão atingidos.?

A Rodada Doha foi criada em 2001 com o objetivo de promover a abertura do mercado global especialmente para aumentar a participação dos paísesem desenvolvimento no comércio exterior. A partir de 2003, quando os temas agrícolas e industriais foram introduzidos nas discussões, os debates tornaram-se mais difíceis.

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