Tropas americanas matam 26 pessoas em Bagdá

Soldados norte-americanos mataram 26 iraquianos durante uma operação de busca a guerrilheiros no bairro predominantemente xiita de Sadr City, em Bagdá. O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, condenou a operação das forças de ocupação. De acordo com porta-vozes das forças norte-americanas, todas as pessoas mortas eram "terroristas". "Todos os que levaram tiro estavam atirando contra soldados norte-americanos naquele momento. Foi um tiroteio intenso", afirmou o tenente-coronel Christopher Garver.

Moradores de Sadr City que testemunharam o tiroteio, porém, disseram que pelo menos oito eram civis que foram atacados por soldados dos Estados Unidos dentro de suas casas. "Por volta das 4h da madrugada, um grande comboio dos EUA, com tanques, veio e começou a disparar contra as casas. Foi um bombardeio. O que nós fizemos? Nada, nem sequer retaliamos", disse o morador Basheer Ahmed.

O policial iraquiano Montadhar Kareem, que estava de serviço no bairro no momento do ataque, foi ferido na operação norte-americana. Entrevistado no Hospital Geral Al Sadr, ele disse que as tropas dos EUA "chegaram e começaram a bombardear casas na área. O bombardeio ficou mais intenso e eu fui atingido por estilhaços nas duas pernas e no ombro". "O governo iraquiano rejeita totalmente operações militares norte-americanas conduzidas sem aprovação prévia do comando militar iraquiano. Qualquer um que viole as ordens do comando militar enfrentará uma investigação", disse o primeiro-ministro Al-Maliki.

Em Muqdadiyah, 90 km ao norte da capital iraquiana, as autoridades locais informaram que um homem detonou explosivos que trazia junto ao corpo perto de um grupo de recrutas da polícia iraquiana, matando 23 pessoas e ferindo outras 17. Na área de Fallujah, no oeste do Iraque, tropas norte-americanas encontraram cerca de 40 corpos em uma vala comum.

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