Parentes de clérigo paquistanês assassinado formam fundação

Parentes de um clérigo assassinado durante um violento cerco militar à Mesquita Vermelha formaram nesta quinta-feira (10) uma fundação para ajudar as famílias dos outros mortos. Abdul Rashid Ghazi, o vice-chefe da mesquita paquistanesa, foi morto um ano atrás em 10 de julho, quando o cerco de dez dias se aproximava do fim.

O governo afirma que cerca de 100 pessoas foram mortas durante a operação, iniciada após o aumento das tensões com uma campanha contra os vícios comandada pelos líderes da mesquita.

"De acordo com meus cálculos, baseados em dados dos registros da Suprema Corte, mais de 1.700 pessoas foram martirizadas (mortas)", contestou o advogado da família, Hashmat Ali Habib.

A viúva de Ghazi, Humera Rashid, de 30 anos, estará à frente da fundação. Além de apoiar as famílias dos mortos, entre os objetivos da entidade estão abrir escolas e centros médicos e fornecer auxílio jurídico.

Os membros enfatizaram que o objetivo da fundação é ajudar "todos os que necessitem", inclusive as famílias dos policiais mortos por ataques de militantes.

Ghazi, que morreu aos 43 anos, era inicialmente um membro relativamente moderado do establishment paquistanês. Ele assumiu posturas mais radicais após o assassinato de seu pai, também clérigo, em 1998. Após o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, apoiar a guerra ao terror dos Estados Unidos, ele assumiu posturas ainda mais radicais.

Durante a campanha contra os maus costumes que levou ao cerco, estudantes radicais foram enviados para garantir a moralidade islâmica, inclusive raptando supostas prostitutas para "reeducá-las".

Segundo a fundação, Ghazi queria de fato impor a lei islâmica no Paquistão, mas ele condenava o uso da força pelo governo local.

PRISÃO NO TALEBAN

A polícia prendeu um alto comandante do Taleban e quatro de seus comparsas no norte do Paquistão. O líder militante, conhecido como Rafiuddin, era o vice do alto comandante das forças do Taleban no Paquistão Baitullah Mehsud no Waziristão do Sul. O grupo foi capturado na quarta-feira, enquanto viajava na cidade de Hangu.

Horas depois houve uma tentativa de resgate dos militantes, segundo o governo. Porém reforços foram enviados e evitaram a libertação.

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