Operação militar dos EUA no Afeganistão matou 13 civis

A operação militar dos Estados Unidos no oeste do Afeganistão no começo da semana passada matou, na verdade, 13 civis e apenas três militantes afirmaram hoje militares norte-americanos, depois de três dias de investigações sobre o incidente. A morte de civis por engano devido a ataques de forças estrangeiras é uma grande fonte de tensão entre o governo afegão e os países do Ocidente, além de ter causado queda elevada no apoio popular à presença de soldados estrangeiros no país.

A princípio as forças dos Estados Unidos disseram que o ataque aéreo de segunda-feira no distrito de Gozara, na província de Herat, matou 15 militantes, em uma ação cujo alvo era um comandante insurgente procurado. Mas imagens e fotografias do local obtidas pela imprensa internacional mostraram claramente que pelo menos um menino havia sido morto no bombardeio que atingiu um acampamento de barracas de nômades. Pouco restou dos outros corpos.

Em resposta à essa divulgação, o brigadeiro norte-americano Michael Ryan viajou para o local do bombardeio para dirigir uma sindicância. Embora tivessem sido encontradas armas e munição no local, os investigadores concluíram que somente três dos mortos eram militantes e que os outros 13 eram civis. “Nós expressamos nossas mais profundas condolências aos sobreviventes entre os não-combatentes mortos durante esta operação”, disse Ryan no local do ataque, segundo um comunicado militar.

Ryan fez questão de dizer que a preocupação dos Estados Unidos é com a segurança do povo afegão, e que por isso as operações realizadas durante a missão dos EUA no Afeganistão serão continuadamente avaliadas. “Nossa sindicância em Herat demonstra como levamos a sério nossa responsabilidade em conduzir operações contra militantes e a ocorrência de vítimas entre não-combatentes”, afirmou o brigadeiro. Mais de 2.100 civis foram mortos no Afeganistão no ano passado, 40% a mais do que em 2007, informou a Organização das Nações Unidas esta semana. Deste total, 552 pessoas morreram em consequência de ataques aéreos dos EUA e das forças lideradas pela Otan.