Impasse

Generais negociam rendição de presidente da Costa do Marfim

Dois generais próximos de Laurent Gbagbo estão negociando sua rendição, disse hoje o primeiro-ministro francês, François Fillon, falando a parlamentares em Paris. Com isso, pode ser encerrado um impasse político de meses na Costa do Marfim que causou um conflito militar, informa o jornal The Wall Street Journal.

Os generais “estão negociando as condições de sua rendição enquanto nós conversamos”, disse Fillon na Câmara dos Deputados do Parlamento. Funcionários do governo francês disseram que dois oficiais próximos de Gbagbo estavam dialogando com representantes das Nações Unidas.

Gabgbo se recusa a renunciar como presidente do país, mesmo que uma comissão eleitoral nacional e a ONU tenham declarado seu rival Alassane Ouattara como o vencedor do segundo turno da corrida presidencial, ocorrido no ano passado.

Críticas

O presidente da União Africana (UA), Teodoro Obiang Nguema, condenou hoje a intervenção militar estrangeira na Costa do Marfim e na Líbia. Segundo ele, a África deve poder cuidar de seus próprios assuntos. “A África não necessita de qualquer influência externa. A África precisa gerenciar seus próprios assuntos”, disse Obiang Nguema, também presidente da Guiné Equatorial, durante uma conferência internacional em Genebra. “Cada estrangeiro é suscetível a propor soluções erradas. Os problemas africanos não podem ser resolvidos com uma visão europeia, americana ou asiática.”

Obiang Nguema também criticou a intervenção na Líbia, amparada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. “Eu acredito que os problemas na Líbia devem ser resolvidos internamente, e não com uma intervenção que poderia parecer uma intervenção humanitária. Nós já vimos isso no Iraque”, comparou. Segundo ele, a UA “deve estar implicada nos problemas constitucionais” em países como Costa do Marfim, Sudão, Egito, Tunísia e Líbia.

Obiang Nguema foi apontado como presidente da UA em janeiro. Seus críticos, porém, notam que ele não tem tradição em respeito aos direitos humanos em seu país. Ele tomou o poder em um golpe em 1979 e comanda a Guiné Equatorial com mão-de-ferro. Em Genebra, Obiang Nguema disse que a África, e particularmente seu país, está em um período de transição para sociedades mais abertas. Segundo ele, porém, isso deve ser feito de modo gradual, para se evitar erros irreparáveis. As informações são da Dow Jones.