França vai oferecer treinamento a tropas da Somália

A França oferecerá treinamento a um batalhão de 500 somalis para ajudar as forças de segurança do país africano em sua luta contra militantes islamitas e gangues de piratas, informou hoje um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores francês. Segundo o funcionário, a França vai propor, durante uma conferência internacional na semana que vem, que sejam usadas mais tropas francesas que ficam no vizinho Djibuti para treinar as forças de segurança da Somália.

O comunidade internacional espera levantar pelo menos 200 milhões de euros (US$ 262 milhões) no encontro para reforçar as forças de segurança somalis. A conferência, que será realizada na quarta e na quinta-feira, ocorre sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia, além dos líderes da Organização da Conferência Islâmica e da Liga Árabe. A Somália não tem um governo que controle de fato o país há quase 20 anos, quando senhores de guerra depuseram o ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, e depois passaram a lutar entre si.

O governo somali tenta realizar acordos com alguns grupos para conseguir legitimidade e melhorar as condições de vida no país. O atual presidente, xeque Sharif Sheik Ahmed, eleito em janeiro pelo Parlamento, é um ex-combatente da insurgência islâmica que tentava derrubar o governo, apesar de um acordo de paz, firmado no ano passado. O governo dos Estados Unidos promete enviar para a conferência seu principal diplomata para a África, o secretário-assistente de Estado para Assuntos Africanos, Philip Carter.

Piratas

Um dos temas mais importantes da agenda é o combate à pirataria. Entre as questões em pauta estará a de como julgar os detidos. França e Holanda se preparam para julgá-los em suas cortes, mas discute-se a possibilidade de se estabelecer um tribunal específico no Quênia. EUA, Grã-Bretanha e União Europeia (UE) já firmaram um acordo prevendo que os suspeitos de pirataria sigam para o país africano.

Porém, há dúvidas se o Quênia, ainda se recuperando da turbulência depois das eleições em 2007, que deixou mais de mil mortos, conseguiria lidar com a custosa e complicada tarefa de julgar os acusados. Especialistas apontam que é preciso um apoio firme da comunidade internacional para que a iniciativa tenha sucesso.

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