Escolas britânicas poderão fazer testes antidrogas

As escolas britânicas serão autorizadas a fazer exames de sangue periódicos nos alunos, com o propósito de combater o uso de drogas entre os estudantes, anunciou o primeiro-ministro Tony Blair numa entrevista ao tablóide “News of the World”.

Blair indicou que os diretores das escolas receberão nos próximos dias as orientações para que possam fazer esse tipo de exames e “tentem erradicar o consumo de drogas nas salas de aula”.

Segundo o primeiro-ministro, se os responsáveis acreditarem que há um problema na escola, “devem ter a possibilidade de fazer exames periódicos contra drogas”. A polêmica medida será apresentada ainda este mês à Câmara dos Comuns pelo ministro da Educação, Charles Clarke.

O novo plano permitirá que os diretores das escolas decidam se devem submeter os alunos a tratamentos contra as drogas, excluí-los das salas de aula ou comunicar os casos diretamente à polícia local.

As propostas foram, porém, duramente condenadas pelo Partido Liberal Democrático e organizações de direitos humanos e civis britânicas, que as qualificaram de “medievais e retrógradas”.

Phil Willis, porta-voz dos liberal-democratas para a educação, declarou à BBC que “as medidas de Blair contra as drogas nas escolas são absurdas”, enquanto Barry Hughill, do grupo de direitos civis “Liberty”, manifestou que “é impensável que os diretores tenham o poder de fazer exames de drogas nos alunos, isso é indigno para um jovem”.

O “News of the World” publicou também uma pesquisa entre mil britânicos, mostrando que 82% dos pais e 66% dos estudantes apóiam o plano de exames antidrogas nas escolas. Dos pais consultados, 96% afirmaram que gostariam de saber através das escolas se seus filhos são dependentes de drogas e se podem ser tratados.

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