Com câncer, Fujimori cogita pedir perdão humanitário a presidente

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, 74, que cumpre pena de prisão por corrupção e violação dos direitos humanos, está fragilizado por um câncer na boca e pedirá perdão humanitário para o presidente Ollanta Humala, informou a filha dele, hoje.

O perdão humanitário, que poderia ser concedido após uma série de exames médicos e judiciais, pode garantir a Humala, no Congresso, o apoio do partido de direita de Fujimori. Desta forma, ele alcançaria uma maioria sólida com o partido Gana Peru. Por outro lado, a medida pode irritar os peruanos da esquerda, que lutaram durante anos para derrubar Fujimori e levá-lo a julgamento. Quando no Exército, Humala enfrentou Fujimori e pediu publicamente que ele renunciasse.

Céticos dizem que o perdão pode acarretar implicações políticas de longo prazo, porque abre caminho para Humala, impedido de concorrer à reeleição, envie ao Congresso uma mudança constitucional que permita à mulher, Nadine Herrera, concorrer à Presidência em 2016.

Humala parece às vezes disposto a conceder o perdão, mas seus assessores consideram isso improvável.
Fujimori caiu em 2000, depois de uma década no poder. Ele foi extraditado do Chile para o Peru em 2007 e condenado, em uma série de julgamentos, a 25 anos de prisão por roubo e por uso de esquadrões da morte contra opositores.

No início da semana, a Corte Interamericana de Direitos Humanos disse ao Peru que anule uma decisão da Corte Suprema do país que minimizou as condenações referentes ao emprego de esquadrões da morte, o que pode ser usado pela defesa do ex-presidente para libertá-lo.

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