China pede que tribunal reavalie denúncia contra sudanês

A China conclamou nesta terça-feira (15) o Tribunal Penal Internacional (TPI) a repensar o mandado de prisão expedido contra o presidente do Sudão, Omar Bashir, acusado de orquestrar uma campanha de limpeza étnica contra tribos africanas de Darfur. "A China manifesta grande preocupação com a acusação da promotoria do TPI contra os líderes sudaneses", declarou Liu Jianchao, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, durante entrevista coletiva em Pequim.

"O TPI deveria adotar medidas capazes de garantir a estabilidade da situação no Sudão e a busca por uma solução adequada para a região de Darfur, não o contrário", declarou.

A China, que compra dois terços das exportações sudanesas de petróleo, tem sido criticada por países ocidentais por não usar sua influência econômica sobre Cartum para pressionar Bashir a acabar com a guerra civil em Darfur.

Indiciamento 

Nesta segunda-feira (14), o procurador do TPI, Luis Moreno Ocampo, acusou formalmente o presidente sudanês de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos na região de Darfur, no oeste do país. Agora, a decisão de levar adiante ou não as acusações sobre o primeiro genocídio do século 21 está nas mãos de uma brasileira. A juíza Sylvia Steiner avaliará se as acusações são justificadas e decidirá se aceita ou não o caso que seria o primeiro do tribunal contra um presidente em exercício.

Em Cartum, houve manifestações em defesa de Bashir e o governo rejeitou o indiciamento, afirmando que pedirá a intervenção do Conselho de Segurança da ONU para bloquear o processo e o mandado de prisão do presidente. Bashir também protestou contra seu indiciamento, alegando que a corte não tem jurisdição no Sudão.

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