Monteiro Filho assume presidência do STJ

O ministro Raphael de Barros Monteiro Filho assumiu hoje (5) a presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dizendo que as instituições políticas passam por uma crise de credibilidade. "As instituições políticas nacionais passam nos dias atuais por uma crise geral de credibilidade, que pode e deve ser banida a todo custo, mediante o necessário resgate à lei e ao Direito", afirmou durante seu discurso de posse. Ele citou uma frase do cientista político italiano Norberto Bobbio, segundo a qual "numa república democrática o governo é das leis e não dos homens".

Diferentemente de outras posses no Judiciário, autoridades que costumam freqüentar esses eventos, como o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, não apareceram. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi representado por seu vice, José Alencar.

Em entrevista concedida horas antes da posse, Barros Monteiro disse que não houve privilégio ao ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Na terça-feira, Palocci prestou depoimento à Polícia Federal em sua residência. "Não vejo nenhum privilégio", afirmou. "Provavelmente (foi) um gesto de cortesia, delicadeza e elegância. Nada mais do que isso", opinou o novo presidente do STJ. Barros Monteiro ocupará a presidência do STJ durante os próximos dois anos.

Em discurso feito na solenidade de posse, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, disse que "o Brasil vive dias de grande perplexidade". "O mau papel de alguns agentes públicos aprofundou o desgaste da imagem das instituições do Estado perante a sociedade", afirmou. Ele disse que a população está decepcionada e não sabe como distinguir "o joio do trigo". "Já não sabe distinguir entre os seus maus e bons representantes e, na dúvida, generaliza. Isso é mau. É péssimo. É perigoso", alertou.

"A cidadania está perplexa. Sente-se lograda. Prometeram-lhe ética, transparência e entregaram-lhe outra mercadoria. Pior que o roubo dos reais é o roubo dos sonhos, da esperança", disse. Segundo ele, nesse momento delicado, "os olhos e as expectativas da sociedade voltam-se para o Poder Judiciário, guardião-mor das instituições do Estado".

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