Ministro defende parceria na área de segurança com o governo paulista

Brasília – O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse estar "bastante preocupado" com a nova onda de ataques a prédios públicos, agências bancárias, ônibus e trens no estado de São Paulo. Após reunião no Ministério da Justiça para tratar do assunto, na tarde desta quarta-feira (9), ele também se disse "perplexo" diante do fato de "não estar havendo uma ampla parceria entre os governos federal e estadual no sentido de atuar no combate ao crime organizado naquele estado".

Segundo Pires, "temos um regime constituicional que estabelece esses pressupostos, que prevê uma participação de autoridades federais e estaduais". Ele opinou que "deveríamos somar todas as áreas dos poderes públicos para que, de forma muito consensual e participativa, pudéssemos ter a atenção das necessidades de paz e tranquilidade da população".

Em entrevista à imprensa, o ministro deixou claro que essa "ampla parceria" não consiste, necessariamente, em uma intervenção federal. "Se há parceria, é o que está, digamos assim, subjacente na letra da Constituição. Quando ela não diz especificamente que haverá intervenção, a não ser como forma de chegar a uma medida muito extrema, toda presunção é a de que o governo federal e o governo do estado estão preocupados com a vida da população e, conseqüentemente, darão as mãos".

Pires, no entanto, não descartou a possibilidade de uma intervenção federal: "Desejamos pensar que não haverá agravamento da crise, porque na realidade estamos preocupados com a população". E acrescentou: "Nós não queremos fazer nada que não seja de acordo com os órgãos constitucionais legítimos que existem em São Paulo".

O ministro reiterou ainda que o governo federal está disponível para somar esforços com as autoridades de São Paulo, no sentido de combater o crime organizado e reduzir as tensões da população. "Estamos dispostos a fazer o que estiver ao nosso alcance para que, juntos, possamos ganhar essa batalha. Nós continuamos insistindo na conveniência da parceria, na conveniência de trocarmos idéias, de estabelecermos meios de participação comum", finalizou.

Voltar ao topo