Brasília – O Ministério dos Transportes deverá investir cerca de R$ 20 milhões para combater o vírus influenza, causador da gripe aviária. Segundo o coordenador-geral de programas do ministério, Edson Viana Júnior, a iniciativa é importante, pois evitará que o agente causador da doença entre no país pelos portos e aeroportos.
?A intenção é evitar o que ocorreu no início do Século 20, quando o vírus da gripe espanhola entrou no país através dos portos. E, se porventura esse novo vírus entrar, teremos condições de saber como rastreá-lo e de saber o que fazer?, disse Viana, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM.
Entre as ações, Viana destacou a implantação de autoclaves (equipamentos para esterilizar materiais) nos portos, ações na área de treinamento e preparação e desenvolvimento de planos específicos para os dez principais portos brasileiros. Ele informou que serão realizados nas próximas semanas seminários regionais nos estados, em parceria com outros órgãos, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Polícia Federal e a Marinha.
De acordo com Viana, o Ministério dos Transportes se responsabiliza pelos portos, enquanto a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) cuida dos aeroportos e a Anvisa, das fronteiras secas (estradas). Viana ressaltou, porém, que as estradas não trazem muita preocupação, pois o continente americano está livre da doença e não há aves migratórias vindas da Europa e da Ásia para o continente.
Quanto ao treinamento, ele explicou que o objetivo é preparar agentes de saúde que saibam identificar casos de possível contaminação para notificar as autoridades responsáveis. Também vai ser preparado para os médicos um cadastro dos hospitais e centros de saúdes que fiquem próximos aos portos em que esses profissionais atuem. ?Todos os órgãos ligados à saúde terão conhecimento e saberão de quem buscar informações, em caso de suspeita de contaminação, e para quem notificar?, disse.
O grupo de combate à gripe aviária foi definido em decreto presidencial de outubro passado, com prazo de 180 dias para total implantação do programa. Segundo o coordenador de programas do Ministério dos Transportes, existem algumas dificuldades na implantação do programa, pois é difícil a atuação conjunta de órgãos com objetivos diferentes dentro da atividade portuária, como portos, Anvisa e Ministério da Saúde.
?A gente tem que coordenar as ações de forma bastante específica e saber exatamente qual o papel de cada um desses agentes, porque o objetivo do porto é a movimentação de carga de um ponto para outro do espaço. Porém hoje, essa movimentação de carga agrega uma série de valores, por exemplo, a segurança pública, a segurança aduaneira, a segurança fitossanitária e a segurança de vigilância de saúde animal?, completou Viana.