Meta de US$ 132 bilhões em exportações deve ser atingida

O setor privado considerou factível alcançar neste ano um total de US$ 132 bilhões em exportações – a meta definida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -, apesar da tendência de valorização da taxa de câmbio. Esse resultado foi obtido em uma enquete improvisada hoje (1) na primeira reunião do Conex, um conselho consultivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) composto por representantes de 18 companhias privadas e entidades empresariais, da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip).

"Houve uma roda de fogo, na mesa de reunião, sobre o câmbio. Saí com a sensação de que os US$ 132 bilhões serão atingidos", afirmou Carlos Mariani Bittencourt, presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e um dos conselheiros do Conex. "Mas a taxa de câmbio é uma preocupação. É preciso tomar atitudes para facilitar a valorização cambial, o que inclui criatividade e estímulo às importações. Mas não as atitudes artificiais."

Segundo o secretário-executivo da Camex, Mário Mugnaini, os sete ministérios envolvidos na Câmara tratarão do aumento das importações como um componente que poderá "alterar o cursor da taxa de câmbio real". Mas acrescentou que a condição básica para que as compras externas ganhem fôlego seria alcançar e preservar uma taxa de crescimento econômico mínima de 4% a 4,5% ao ano.

Nessa reunião que instalou, na prática, o Conex, os conselheiros também deixaram claro que não aceitariam uma redução unilateral das tarifas de importação de produtos industriais. A proposta foi defendida publicamente pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no Congresso Nacional, na semana passada. Oficialmente, o Ministério da Fazenda encaminhou essa sugestão à Camex em 2005.

Segundo Mugnaini, o Conex discutiu a possível ampliação das concessões brasileiras na área industrial, no âmbito das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas apenas teoricamente. Mariani comentou que a atual proposta brasileira pode "evoluir ou ser flexibilizada", conforme as respostas da União Européia em matéria agrícola. "Estamos dispostos a ceder na abertura de mercado industrial se houver abertura do mercado agrícola. Há um vínculo direto entre essas duas áreas. Não haverá medida unilateral", afirmou Mugnaini.

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