Mercosul não é um projeto só “economicista”, rebate Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reagiu nesta quinta-feira (18) às críticas feitas ao Mercosul, no programa Bom Dia Brasil, da TV Globo. Ele discorda da tese de que o Mercosul possa ser comprometido com as crises internas; que seja politizado com a entrada do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e que possa limitar o Brasil nos acordos comerciais com outros países.

"O Mercosul não é um projeto só economicista. Nós temos um interesse geopolítico na estabilidade da América do Sul. O Brasil tem que ter relações fortes com seus vizinhos, 10 vizinhos na América do Sul. Por isso é que tratamos o Mercosul não exclusivamente sob o ângulo comercial, mas também sob um ângulo político. Eu acho que se nós não entendermos, não virmos o Mercosul sob esse ângulo, não vamos entender nada", disse Amorim, que participa hoje, no Rio de Janeiro,da abertura da reunião de cúpula do Mercosul, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros da área econômica.

Com relação à entrada da Venezuela no Mercosul, e das desconfianças de analistas em relação às influências de Hugo Chávez dentro do bloco, Amorim disse que "não se faz política com medo". "Política se faz com visão, com sentido de realismo", afirmou. "Eu não vou fazer juízo de valor sobre todos os aspectos do governo Hugo Chávez. Isso não me cabe. Agora, qualquer que seja o ponto de vista, uma coisa é certa: o engajamento é sempre melhor que o isolamento. Nós temos exemplos de políticas de isolamento, que deram totalmente errado", ponderou. "Confiando nas instituições do Brasil, eu acho que é mais fácil o Brasil influenciar a Venezuela do que vice-versa.

Voltar ao topo