Vendas industriais foram menores em novembro

São Paulo – As vendas reais da indústria brasileira caíram 6,65% em novembro do ano passado na comparação com outubro, em termos dessazonalizados. Trata-se da primeira queda após cinco meses de expansão. Se não forem descontados os fatores sazonais, as vendas caíram em ritmo mais acentuado, de 12,84%.

Ante o mesmo mês de 2001, porém, houve crescimento de 2,83%, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No acumulado em onze meses de 2002, o faturamento da indústria apresentou alta de 1,48%.

A utilização da capacidade da indústria brasileira, em números com ajuste sazonal, ficou no patamar de 80,6% em novembro, com queda de 1 ponto percentual perante outubro. Em novembro do ano anterior, o nível de utilização estava em 79,3%. Sem considerar ajustes sazonais, o indicador da CNI apontou uso de 81% da capacidade instalada da indústria de transformação nacional em novembro, com queda de 1,5 ponto percentual ante o patamar de outubro (82,5%).

Segundo a entidade, os dados mostram a acomodação da atividade produtiva após a forte alta verificada em outubro. O nível de utilização da capacidade em outubro foi o maior da série histórica calculada pela CNI desde 1992.

De acordo com a CNI, a queda nos indicadores da atividade industrial em novembro não representa uma reversão da tendência de melhora do setor, observada nos meses anteriores, mas indica que a volatilidade no mercado financeiro ocorrida no ano passado também atingiu o setor produtivo. O recuo observado em novembro refletiria, dentre outros fatores, a valorização do real frente ao dólar, iniciada em novembro, “que reduziu o valor em reais das vendas externas”. Outro fator foi a elevação das taxas de juros, “que deve ter provocado ajustes nos pedidos do varejo”, explica o documento.

Apesar de explicar que esses fatores tiveram destacada influência no recuo das vendas em novembro, a CNI lembrou que o movimento em novembro costuma ser, sazonalmente, mais fraco. “Porém, mesmo para um mês de novembro, a intensidade da queda foi expressiva, sendo apenas comparável a 1997, quando do estouro da crise asiática que provocou forte alta dos juros domésticos”, aponta a CNI.

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