Trabalhadores Volkswagen-Audi podem parar novamente

Os funcionários da montadora Volkswagen-Audi, em São José dos Pinhais, não descartam a possibilidade de realizar nova paralisação, caso a empresa não acate a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Eles deram prazo até amanhã para que a empresa se pronuncie a respeito. Na troca de turno, prometem realizar assembléia para decidir possíveis paralisações na produção.

Na semana passada, a categoria ficou em greve durante quatro dias e meio. As reivindicações principais eram a redução da jornada de trabalho de 42 para 40 horas semanais, fim do banco de horas e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no valor de R$ 3,2 mil. A empresa não concordou com a pauta de reivindicações, e o impasse só foi resolvido na última sexta-feira, com a decisão do TRT, que concedeu boa parte das reivindicações e determinou a volta dos funcionários ao trabalho. Agora, eles reclamam que a decisão ainda não foi publicada em Diário Oficial e que a empresa não se manifestou a respeito.

“Os trabalhadores tiveram que retornar imediatamente ao trabalho e enquanto isso a empresa tem o prazo médio de 15 dias até a publicação do resultado do julgamento em Diário Oficial, mais oito dias para recorrer”, afirmou Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. Butka lembrou ainda que a decisão acaba cerceando o direito constitucional de greve dos trabalhadores, já que foi determinada multa diária de R$ 500,00 por funcionário que não retornasse às atividades.

A montadora ainda pode recorrer da decisão junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). Caso isso ocorra, os funcionários não descartam a possibilidade de realizar novas mobilizações. “Esperamos o bom senso da empresa em respeitar a decisão da Justiça do Paraná. Não ocorrendo, os trabalhadores não podem passar meses aguardando decisão federal”, alertou Butka. A montadora emprega atualmente cerca de 2.500 funcionários e produz cerca de 450 veículos por dia, entre Golf, Fox e Audi A3.

A reportagem entrou em contato com a montadora, através da assessoria de imprensa, mas até o fechamento da edição não obteve retorno.

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