Greve

Trabalhadores da Bosch cruzam os braços em Curitiba

Cinco mil metalúrgicos da fábrica da Bosch, em Curitiba, cruzaram os braços ontem, após recusarem a proposta de reajuste da empresa, durante assembléia realizada pela manhã.

Os trabalhadores decidiram paralisar as atividades por 72 horas, até segunda-feira, quando haverá uma nova assembléia na porta da fábrica, na Cidade Industrial de Curitiba. Além do aumento real, a categoria reivindica reposição integral da inflação e abono salarial já em dezembro.

Segundo o próprio Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a empresa teria concordado com o reajuste salarial de 11%, referente à correção de 100% da inflação nos últimos doze meses e mais aumento real, além de um abono de R$ 1,5 mil para janeiro do próximo ano. Entretanto, a categoria, que tem data base em 1.º de dezembro, não aceitou o fato de que o reajuste só seria efetivado em abril.

“Essa proposta é um desmérito para aqueles que produziram tanto em 2008, que deram lucro para a empresa. Foram nove meses de alta produção e hora extra. Os valores não estão à altura daquilo que os trabalhadores merecem”, critica o presidente do SMC, Sérgio Butka.

Na última quarta-feira, os trabalhadores há haviam reprovado as duas primeiras propostas da Bosch. A primeira de 11% de aumento para dezembro, sem abono. A outra proposta previa incorporação de 100% da inflação (previsão de 7,15%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística Estudos Sócioeconômicos – Dieese) também para dezembro, e R$ 700,00 de abono para 19 de dezembro. Contudo, para O SMC, com o aumento real de 3,6% (para fechar os 11%), somente para dezembro do ano que vem.

Além da Bosch, outras empresas do setor poderão ser alvo de paralisações a partir da próxima semana. Segundo o SMC, uma delas é a Haas do Brasil, que emprega cerca de 200 trabalhadores.

Em assembléia realizada na quita-feira, os funcionários reprovaram a proposta da empresa de 10,5% de aumento em dezembro e abono de R$ 1.050, que seria pago em duas parcelas.

Os metalúrgicos deram prazo até segunda-feira para que a proposta avance. Caso contrário, o sindicato afirma que poderá haver paralisação. Na Haas, os trabalhadores reivindicam 11% de aumento e abono de R$ 2 mil.

Quanto à paralisação, a Bosch comentou, através de nota, que a empresa tem participado de reuniões de negociação com a entidade a respeito de acordo para data-base.

A empresa, que confirmou a proposta rejeitada pelo SMC, afirma que se mantém aberta à futuras negociações e que uma nova reunião deverá acontecer na próxima semana.