Risco Brasil cai e amplia confiança na economia

São Paulo

– Confirmando as tendências apontadas no início da semana no mercado financeiro, ontem houve mais uma alta acentuada da Bovespa, queda do dólar e forte melhora no risco-País. O risco-Brasil apresentou melhora, em queda de 2,53%, para 616 pontos. Pela manhã, o risco-Brasil chegou perto de 600 pontos, melhor nível do risco-Brasil desde julho de 1998, quando o Banco Central ainda não havia iniciado o processo de desvalorização do real e a adoção do regime de flutuação do câmbio. O mercado está na expectativa de uma possível melhora da nota do Brasil pelas agências de classificação de risco.

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou o pregão em alta (1,92%), pelo quinto dia consecutivo, com o Ibovespa em 17.804 pontos a máxima do ano – e um volume negociado de R$ 1,598 bilhão. Neste mês, a Bovespa mantém uma média de negócios superior a R$ 1 bilhão ao dia e registra uma valorização no ano de 58%.

“O fato da Bolsa de Valores vir batendo recorde atrás de recorde traz como conseqüência a queda do dólar, porque muito capital estrangeiro vem entrando como investimento no país e isso torna o fluxo bem mais positivo nos últimos tempos, fazendo com que o dólar tenha essa queda bem acentuada nos últimos dias”, disse Anderson Taquebaiashi, da Lira Corretora de Câmbio.

O dólar comercial fechou o dia em baixa de 0,44%, cotado a R$ 2,844 para compra e R$ 2,847 para venda. Este é o quinto dia consecutivo de baixa. É a menor cotação desde o dia 4 de julho. O dólar acumula queda de 19,69% desde o começo do ano.

Os principais indicadores que medem a percepção de risco Brasil permanecem com tendência de melhora. No final do dia, segundo dados do banco de investimentos J.P. Morgan, o Embi + do País caía 2,83%, para 617 pontos. No mesmo horário, o C-Bond avançava 0,65%, sendo negociado nos mercados internacionais a 93,57% de seu valor de face. Outro fato que animou os mercados foi a decisão da agência Moody’s de dar grau de investimento para a Rússia, cinco anos após a moratória declarada pelo País.

Nesta semana, o diretor de Política Monetária do BC, Luiz Augusto Candiota, esteve em contato com as agências Moody’s, Standard & Poors e Fitch em Nova York. Segundo a assessoria de imprensa do BC, as visitas eram parte de encontros periódicos normais que vêm sendo defendidos pelo presidente do BC, Henrique Meirelles. “Candiota voltou muito otimista da visita às agências lá fora também e o pessoal está enxergando com mais certeza que pode vir um upgrade do Brasil em breve”, disse Carlos Cintra, gerente de renda fixa do Banco Prosper no Rio de Janeiro.

“De quaquer forma, o fluxo continua positivo ao País, tanto que o BC nem fez a rolagem hoje e o mercado reagiu muito bem.” Aproveitando a calmaria do mercado e a já estampada falta de demanda por hedge (proteção), a autoridade monetária decidiu não rolar a dívida de 1,135 bilhão de dólares em contratos de swap cambial que vence no próximo dia 15.

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